by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

domingo, 2 de maio de 2010

Paixões

"Por que não escreves um post sobre paixões?"
"Por que não gosto de ter que escrever sobre temas pré- definidos. Não me saio bem. E depois Paixões é um terreno pantanoso. Que paixões? As permitidas ou as proibidas?"
Isto foi o que respondi.
O que pensei é que há sempre um jeito de escrever qualquer coisa e hoje é dia grande.
Hoje é dia da mãe.
Sei que é uma banalidade dizermos que os nossos filhos são a nossa maior paixão. Mas são-no , efectivamente.
É uma paixão não correspondida na mesma medida, o que a torna dolorosa. Uma paixão que sufoca, que dói, que não conhece paz, que não acalma com o passar do tempo.
É talvez a única paixão que não é amor à primeira vista, porque antes da "primeira vista" já há amor e já há paixão; já há carinho e já existe ternura; já sentimos dor e já nos aflige a preocupação.
É a única paixão que resiste aos rombos da desilusão erros genéticos ou dos picos hormonais da adolescência; aos feitos prematuramente irreverentes ou à passividade inata do nosso bem mais querido.
Querem que vos conte uma história? Aqui vai, fresquinha:
No dia seguinte ao voo da borboleta, uma das minhas paixões fez 17 anos.
Pensei para com os mil um tubos que tinha à minha volta: "Ana, há dezassete anos atrás, estavas numa cama da célebre instituição Maternidade Alfredo da Costa a olhar para uma coisinha pequenina, a tua bebé, finalmente a uma menina, tão perfeitinha, tão linda. Hoje, essa bebé está uma mulher e tu 17 anos depois estás novamente numa cama só que com mais tubos e mais cabelos brancos..."
Telefonei à minha paixão a dar-lhe os parabéns. Estava no intervalo das aulas. Toda entusiasmada com o seu aniversário, cheia de planos para o SEU dia. Talvez não tivesse tempo para ir ver a mãe. E não foi mesmo.
Acham que deixei de estar apaixonada ou fiquei zangada? Claro que não! É o que eu explicava, estas são mesmo daquelas paixões que a tudo resistem, até às slot machines!

6 comentários:

  1. Ó Ana, as classificações são coisas tão complicadas... Então estas já deram tanto que falar e escrever!
    Mas não concordo contigo. Ou antes, a minha definição do que é paixão é diferente da tua.
    Paixão é um estado, como tal passageiro, por muito ou pouco durável que seja. Integra-se num sentimento, no amor, claro, mas contém urgências e necessidades de ter tudo e de tudo dar.
    Pelos meus filhos, eu sinto um profundo amor. Pelos meus amores, outros, senti, sinto, sentirei paixões. Ou não...
    Bjs

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  2. Olá, Ana.
    Concordo com a Helena.
    Para ti um Feliz Dia de Mãe!
    Bj

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  3. Helena,
    Tens razão, as classificações são sempre complicadas...
    Bj

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  4. Inclassificáveis então nos ficaremos...
    ;)

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  5. Olá Ana
    Atrasada, mas cá estou!
    Olha, eu concordo contigo. O que eu sinto pelos meus filhos é seguramente paixão, mas talvez a única que não passa nem esmorece. Essa das slot-machines acho que só eu é que percebi. Mas, já agora, e o caso daquele casal que deixou morrer a filha à fome porque não conseguia abandonar as máquinas de jogo? Que estranho é o ser humano.
    Bjs

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  6. Teresa,
    Ainda bem que me entendes!
    E a "paixão" pelo jogo, infelizmente é bem real e dramática, sim.
    Bj

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Olá, então diga lá de sua justiça...