by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

Mostrar mensagens com a etiqueta SPA. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta SPA. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 21 de maio de 2010

SPA

Tenho saudades dos meus amigos do SPA.
Tenho falado com eles, melhor, tenho "mensajado", pois eles prometeram respeitar, religiosamente, as minhas cordas vocais e assim o têm feito.
Não adianta dizer que até já consigo falar, desde que não seja mais de 15 minutos seguidos, pois não se matam saudades por mensagens... Saúde, para eles, é saúde e fazem questão de cumprir o "luto" da comunicação oral!
Qualquer dia marco um lanche, lá para os lados do SPA, para matar saudades e dar umas boas gargalhadas "semi mudas".
Qualquer dia, mas não um dia qualquer.
Vai ser qualquer dia, quando este cansaço que me consome me permitir voltar a ter vontade de ver a luz do sol; mas não vai ser um dia qualquer, porque tenho a certeza que quando rever certos lugares a calma voltará a inundar certos espaços que permanecem vazios em mim e as lágrimas baptizarão esse momento.
Vai ser um dia destes, assim que este calor infernal acalmar e eu consiga convencer alguns dos muitos prestáveis para me levar até lá; mas não será um dia qualquer, porque vou estar com amigos que fiz em tempos difíceis, na altura em que amizade significava união, solidariedade, compreensão, partilha.
Amigos que ao principio se estranham, mas depois se entranham.
Foram eles que me fizeram aguentar de sorriso nos lábios e com máscara de generala o voo da borboleta, embora só dois conhecessem a história do bicharoco. Acho que estavam mais preocupados com ele do que propriamente eu.
Um dia destes vou até lá, mas não será um dia qualquer. Nem para eles e muito menos para mim.
:):)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Goodbye SPA

Depois do almoço, entrei na capela pela última vez. Já não me lembro de como estava o dia pela 1ª vez que ali fui. Era um domingo do princípio de Março. Parece que foi há tanto tempo e no entanto...,mas hoje estava sol. Um sol de primavera com um calor insuportável de verão.
E é essa primavera de esperança que sinto nesse espaço que me ficará gravado para sempre de tão querido e de tão importante que foi. Senti nele paz , serenidade e muito que não consigo explicar, cada vez que estou sentada naqueles bancos, olho para a clarabóia e alcanço o céu.
Despedi-me com um sorriso simpático de todos eles, dos quinze (faz-me lembrar a CEE quando nós entrámos, o grupo dos 15). Mas para a I. e para o J. o sorriso, além de simpático, foi meigo e doce. Mais dois amigos, a juntar à V., a irreverente V., e ao P. Com o J., ficou a promessa do lanche na Guia e do jantar nos Arcos, assim que os dois estivermos em condições de...
E sinto que o sorriso não foi nenhuma máscara. Veio de dentro. Era calmo, tranquilo. Estava segura. Parti tranquilamente para outro SPA.
A ansiedade da última semana, o aperto no peito, o nó na garganta sumiram.
A conversa de ontem com o Enfant Terrible fez-me bem. E este sítio é sempre um bálsamo. Ainda hoje deixei escapar umas boas gargalhadas no seio do grupo dos 15. Ora são as gargalhadas, ora as opiniões que "opino" e que poucos contestam. Como aquela parte de mim permanece igual a mim própria, my Lord!! Como continuo a adorar o meu público! Seja pelo vulcão, seja pela visita do Papa, opinar é a palavra chave! Só espero que não me cortem o pio, quando cortarem a borboleta!!!!!
Não sei calar! Mas entre o opinar e o opinar, folga o coração... e vá de opinar!
E volta o disco ao princípio.
O farewell. O J. chorou. Aquele colosso de homem, com 1,80m chorou mesmo. Não só chorou, como me tratou por tu, pela primeira vez, enquanto dizia "não vais mesmo quebrar o contacto comigo".
Eu, meio atrapalhada por ver um gentleman naqueles "assados", aproveitei a deixa e respondi: " Acho que está mesmo na altura de ir embora, pois isto de se tratar uma lady por tu, não é coisa que me agrade". Coloquei o meu melhor sorriso, agora com máscara, os óculos de sol para disfarçar as lágrimas que queriam acompanhar as do J. e fui.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Amarga e doce

Uma página em branco para começar a escrever tudo de novo, poderia começar assim.
Mas ontem foi o dia da terra e eu, prof. de Ciências, nem tugi nem mugi. Que vergonha!! Talvez hoje pudesse dizer qualquer coisa...
Também ontem, dois alunos de uma escola onde uma amiga minha é professora e uma digna representante de um mui digno órgão de administração escolar faleceram e a comunicação social conseguirá maneira de arranjar uma pontinha de culpa para imputar à “porcaria” da escola.
Para já, são as saídas da escola que não são devidamente controladas e os técnicos da da escola que se recusaram(!) ir prestar apoio a casa dos familiares dos alunos falecidos!
Deveria vir em defesa da instituição. Afinal sei o que é gerir uma escola. E também sei o que são os ataques da dita comunicação social…Enfim, tempos idos. Uma palavra não ficava mal, mas não. Issa dá pano para mangas, não estou para aí virada.
Também deixo de lado as alterações legais e as demais que são produzidas a metro ou ao kilo pelas equipas que pisam as alcatifas do nº 107 das traseiras da antiga Feira Popular de Lisboa. Essas, não carecem dos meus comentários, pois canso-me de comentar o que vaticinei há tanto, quando era apontada como a “velha do contra”.
Volto-me para o amargo e doce.
Ontem, antes de adormecer, tomei consciência de mim, do tempo e do espaço. Peguei no “Clandestino” (pois já passava das 21h e no SPA, depois das 21h, não há telemóveis… ) e mandei uma mensagem que dizia assim:
“Sabes no que estou a pensar? Q esta é a minha última noite aqui. Nostalgia por um lado, mas sensação de liberdade pelo outro”.
Algumas horas mais tarde (só vi hoje de manhã), a resposta chegava:
“ É mais do q natural essa sensação amarga e doce…Espero que já estejas a dormir. Bjs
Mês e meio de SPA terminou hoje. Segunda ainda volto para as despedidas formais, papelada, para o último “banho”. Depois é fazer as malas para o outro SPA. Desta vez, as águas termais vão ser substíuidas por outros processos terapêuticos bem mais aguçados e incisivos. Coisas bem mais afiadinhas.
Feito o balanço, foi um tempo que deixa saudade. Um tempo de reestruturação do corpo e reorganização do pensamento. Um tempo feito de regras e de novas amizades. Um tempo que cicatrizou as feridas que levava e que me preparou para abrir aquelas que ainda estavam escondidas. Um tempo que me ensinou uma palavra que eu teimava em não conhecer – Esperança.
Afinal podia ter começado pela primeira frase, não podia? Sou mesmo parva!!!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sanum per friends

Hoje é quarta feira. É o célebre dia da sessão de movimento e de relaxamento. Aquele dia difíciilll!!
Se juntarem a isto, o countdown, o apetite por doces (agora descobri uma nova variedade - Brownies- que ameaça impiedosamente aquela barrinha aí de cima disparar na direcção contrária) e o célebre dia vigésimo oitavo do calendário feminino, está tudo dito. Se bem que neste mês, este dia, tem uma particularidade. Pelas minha contas, que raramente falham, este dia, vai coincidir no exacto momento em que eu estiver a fazer o difícil transbordo da maca para a mesa de operações. Com alguma perícia, aquela operação tão delicada de "mova o rabito para a direita, agora mais para baixo, agora puxe para cima", vai ser o suficiente, para contrair algum musculuzito mais atrevidote e zaz, paz, traz, ei-lo, em todo e seu esplendor. Dor que não sinto, pois estarei anestesiada e, mais sangue, menos sangue, irá tudo parar ao mesmo, certo? Já estou por tudo. Mais decadência, menos decadência, é preciso é espírito de "descontra" e, por vezes, muito, mas muito hamor, desculpem, enganei-me, queria dizer humor.
Mas isto tudo para dizer que hoje, a generala, sem querer, mudou as regras. Não houve relaxamento. Quando chegou àquela parte chata dos colchões no chão, da música do mar, dos olhos fechados e de transportar o pensamento para um sítio tranquilo, olhei para a terapeuta e disse que ia fazer pesos, dos bens pesados, mais pesados do que a alma. Os meus colegas do SPA colocaram-se a meu lado. De repente, ninguém queria fazer a actividade preferida. Estava tudo cheio de "pica". "Vamos continuar com o movimento. Vamos dançar. " Pensei: pior a emenda que o soneto. Dançar. Adoro dançar, mas há quantos anos não danço?" E o imenso ginásio transformou-se numa enorme pista de dança. Duas filas. Música brasileira, mesmo pimba, de Carnaval, como não ouvia séculos. Muito dancei eu. Até senti vergonha. Juro que senti. A imagem de generala deve ter ficado um pouco amachucada. Os generais nunca dançam, tal como os Homens nunca choram. Mas eu dancei, os meus colegas não relaxaram, dançaram comigo e por mim. E, afinal de contas, as calorias que perdi, já deram para mais um Brownie, só não sei é quando...