Hoje é quarta feira. É o célebre dia da sessão de movimento e de relaxamento. Aquele dia difíciilll!!
Se juntarem a isto, o countdown, o apetite por doces (agora descobri uma nova variedade - Brownies- que ameaça impiedosamente aquela barrinha aí de cima disparar na direcção contrária) e o célebre dia vigésimo oitavo do calendário feminino, está tudo dito. Se bem que neste mês, este dia, tem uma particularidade. Pelas minha contas, que raramente falham, este dia, vai coincidir no exacto momento em que eu estiver a fazer o difícil transbordo da maca para a mesa de operações. Com alguma perícia, aquela operação tão delicada de "mova o rabito para a direita, agora mais para baixo, agora puxe para cima", vai ser o suficiente, para contrair algum musculuzito mais atrevidote e zaz, paz, traz, ei-lo, em todo e seu esplendor. Dor que não sinto, pois estarei anestesiada e, mais sangue, menos sangue, irá tudo parar ao mesmo, certo? Já estou por tudo. Mais decadência, menos decadência, é preciso é espírito de "descontra" e, por vezes, muito, mas muito hamor, desculpem, enganei-me, queria dizer humor.
Mas isto tudo para dizer que hoje, a generala, sem querer, mudou as regras. Não houve relaxamento. Quando chegou àquela parte chata dos colchões no chão, da música do mar, dos olhos fechados e de transportar o pensamento para um sítio tranquilo, olhei para a terapeuta e disse que ia fazer pesos, dos bens pesados, mais pesados do que a alma. Os meus colegas do SPA colocaram-se a meu lado. De repente, ninguém queria fazer a actividade preferida. Estava tudo cheio de "pica". "Vamos continuar com o movimento. Vamos dançar. " Pensei: pior a emenda que o soneto. Dançar. Adoro dançar, mas há quantos anos não danço?" E o imenso ginásio transformou-se numa enorme pista de dança. Duas filas. Música brasileira, mesmo pimba, de Carnaval, como não ouvia há séculos. Muito dancei eu. Até senti vergonha. Juro que senti. A imagem de generala deve ter ficado um pouco amachucada. Os generais nunca dançam, tal como os Homens nunca choram. Mas eu dancei, os meus colegas não relaxaram, dançaram comigo e por mim. E, afinal de contas, as calorias que perdi, já deram para mais um Brownie, só não sei é quando...