by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

BACK TO THE WORK!



E não é que até foi fácilzinho?
A voz, habituada ao descanso, não falhou e a emoção, por ver aqueles olhinhos brilhantes esteve presente, como sempre.
Et voilá, ... era tudo quanto precisava.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

What friends are for?


Sempre ouvi dizer que só vemos, ou reconhecemos, os verdadeiros amigos em duas situações: no hospital ou na prisão.
Bom, a bem da verdade, só nasci (que tivesse dado por isso) uma vez, nada me garante que um destes dias não venha a acordar a ver o sol aos quadradinhos, sem o meu PCzinho ao lado (o que seria o maior dos castigos que me poderiam impor). Aí sim!, aí entraria em profundo sofrimento, crise de dependência somática e psíquica, sem poder destilar o meu veneno contra os que não precisam de nascer duas vezes, ou aqueles que só nascendo uma, mandam e desmandam nos destinos de quem não aprendeu a técnica da pulga ,que se infiltra pelas costuras e só se dá por ela quando pica. 
Aí, lá estou eu! Se isto fosse um País de verdade, com polícia de vigilância do estado a sério, já estava dentro! Vê-se mesmo que é uma República das bananas!
O que queria mesmo era dizer que tenho amigos fantásticos; que não fui dentro, não fui ver o sol aos quadradinhos, mas vim irradiando uma charmosíssima radioactividade, para além de um sorriso amarelo, que não assustou ninguém, sobretudo a AI que se lixou literalmente para as radiações.
Aos que passaram pelo SHE e criaram a corrente positiva, aos que deixaram a mensagem de alento no Face, aos que telefonaram e não tiveram medo que as radiações passassem pelo fio invisível da rede móvel, a todos, todos,todos...um GRANDE e sincero obrigada!
À São e à AP pela forma como estiveram presentes, um muito obrigada, sem adjectivação, porque não a encontro...
Melhor do que isto, só mesmo ter a certeza que não volto mais a passar por lá!

P.S.: Um Volvo S60 tb ajudava a recuperar mais depressa...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cansada, mas não vencida!

 

PELAN LA VIDA 

Pintura a óleo de Imma Merino

 Imagem do blogue da Helena

 

O que há


O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Obrigada a todos (perceptível)



Obrigada a todos pelos vossos comentários, pelos globos de ouros, pelas mensagens de estímulo e coragem!
Hoje começa a recuperação!!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

The Oscar goes to...



Melhor argumento
Melhor realizador
Melhor imagem
Melhores efeitos esp(a)ciais
Melhor banda sonora (SHE)
Melhor relação custo/qualidade

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Olha o bicho, olha o bicho - Foto Reportagem

Após a 1ª cirurgia, Jan 2010. Rosa de Esperança


Após a 2ª Cirúrgia, Abril 2010. Roxa de desespero


Antes de começar a 2ªfase dos tratamentos, Julho 2010. Florida de ingénua


Após a 2ª fase de tratamentos, 26 Jan 2011 e antes da 3ª. Cinzenta, como o País.



Durante a 3ª fase de tratamento, novamente rosa. De esperança? Não, qual quê! Não houve foi dinheiro para comprar outro pijama!
Já viram o milagre do iodo radioactivo? De manhã estava branca que nem cal, agora estou bronzeada como se  estivesse há um mês a banhos, em Monte Gordo!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sangrias


Dei por mim a reflectir sobre os tratamentos médicos da idade da pedra lascada, aqueles que utilizavam sanguessugas, para retirar os fluidos corporais e assim o mal dos desgraçados que caiam nas mãos dos físicos de então. Grande parte das vezes não morriam do mal, mas morriam da cura. No entanto, as sanguessugas, essas, que eu saiba, nunca se soube que se tivessem queixado...

Cá comigo foi assim:
Tinha um bicharoco que se tinha alojado na minha borboleta, um órgão vital que produz uma série de hormonas:  as do bom feitio, as da elegância, as dos olhos bonitos, sei lá....
Solução dada -Tira-se a borboleta (a glândula)! O bicharoco vem atrás e o problema fica resolvido! (pensavam os eruditos  na matéria). 
Enganaram-se os eruditos. O bicho parece que se tinha evadido para as vizinhanças antes de  me despojarem da borboleta. Espertos, estes bichos...
Segunda fase de ataque (segunda tentativa) - Tiram-lhe a pílula (que fiquei a tomar em substituição da borboleta) que parece que ele (o bicho) gosta (e eu também). Vão dar-lhe fome de hormonas (e a mim também), enfraquecê-lo (e a mim também), desesperá-lo (e a mim também).  Dão-lhe umas substâncias químicas fantasma (e a mim também), debilitam-o ao máximo (e a mim também), para depois entrar na 
Terceira fase (e última) - Com a fome de iodo com que ele está ( e eu também), vão servir-lhe iodo radioactivo (e a mim também). Vai deliciar-se (e eu também), absorver o radioactivo todinho (e eu também) e morrer de barriga cheia de radioactividade ( e eu???).
Este é o plano de tratamento para erradicar o bicharoco de dentro de mim (e a mim do mapa ???).

Bom, comecei ontem a segunda fase. 
Estou a tomar umas pílulas fantasmas, sem hormonas do bom feitio, mas continuo bem humorada; sem hormonas da elegância e elegante que nem uma aliá (que para quem não sabe é a fêmea do elefante)...
Penso nas sanguessuga que nunca se queixaram, nunca sofreram o perigo de extinção e sempre as conheci bem gordinhas. Por outro lado, os pacientes não morreram do mal mas muitas das vezes  foram-se com a cura...,ahahahaha!!!!!
Estava só a brincar!!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

IPO SPA Hotel

Localizado no centro da capital e a 10 min do Aeroporto Internacional de Lisboa, o IPO SPA Hotel ocupa  uma vastíssima área, com estacionamento privado e inúmeras facilidades, como bares, cafés, multibancos, máquinas de café expresso. Todo o pessoal  é altamente especializado em atendimento personalizado.
É composto por um fabuloso conjunto arquitectónico de vários edifícios, de várias épocas, cujo corpo principal, datado de 1923,  se destaca pela sua fachada, considerada um dos exemplos mais significativos de art decó em Portugal.
É ainda servido por uma vasta rede de transportes, 24h por dia, como linha metro, estações de autocarros urbanos, suburbanos e expressos para todo o país, assim como  táxis, ficando a dois minutos, a pé, do maior aglomerado de "camelots" de Lisboa e a 10 dos chiquérrimos armazéns El Corte Inglés, oferencendo assim um leque de opções de compra muito variado a seus hóspedes.
Relativamente a atracções culturais, encontra-se paredes meias com umas das maiores atracções de Lisboa, O Jardim Zoológico de Lisboa, um dos mais antigos e mais bem preservados da Europa, perto da mesquita de Lisboa e do Teatro Aberto.
Afastado qb do famoso Parque das Nações, tem tudo para garantir uma estada com tranquilidade, segurança, silêncio e sofisticação absolutos, a preços absolutamente convidativos!
O meu próximo destino de férias. Nem mais, que eu cá trato-me bem!!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Existem, lá isso existem!!!


Não sei se comece por usar aquela expressão "há coisas do arco da velha" ou se escolha antes o dito "eu não acredito nelas, mas que existem, existem...".
Os que me seguem por estas bandas já conhecem a história de amor entre mim e a minha borboleta.
Um verdadeiro romance digno de uma boa telenovela mexicana, que se iniciou como uma mera constipação, em Janeiro de 2008.
Essa "constipação" , chata como nunca outra o fora, provocava-me falta de ar. A mamã logo disse que havia de ser dos "nervos", que essas coisas costumam acontecer quando alguma coisa de mal está para vir, como que em jeito de prenúncio.
O que é certo é que nada do outro mundo acontecia, nem a falta de ar passava. Já cansada de tanto esforço respiratório, fui às urgências do hospital. Aí passei uma noite memorável, entre RX ao tórax, injecções de anti-histaminicos, oxigénio... Até que quando chegaram as "chapas " dos meus pulmões, o Sr Dr. que estava de serviço não teve dúvidas:
"Isso é da tabaquice!"
"Tabaquice? Eu? Nunca fumei!!"
" Então se não fuma vive com alguúem que fuma muito"
"Mas eu vivo sozinha!!"
Era da tabaquice e ponto assente.
Vá de cortisonas para cima e com elas mais uns quilinhos jeitosos e a falta de ar continuava...
Decidi ir "ao médico", isto é, procurar um médico, um profissional  daqueles que auscultam, medem a tensão, ouvem as nossas queixas e confiam na nossa palavra.
Num dos imensos exames que esse médico pediu, descobri que a minha borboleta estava a comprimir a traqueia, devido ao seu simpático nodulozito de 4cm. Aí residia a resposta para a falta de ar e como esta coisas de borboletas é da especialidade de Endo, fui a uma Drª, particular,  com referências, pois não sou de pessoa de andar às apalpadelas.
A Srª Drª assim que apalpou o meu pescoço disse logo que era coisa de faca. O nódulo era grande e estava estabelecido, padronizado, protocolado, (essas palavras todas) que a partir dos 2cm o destino era faca.
Mas antes da faca, "vamos lá fazer um exame, porque isto de vidas humanas é muito sério e eu não gosto de perder nem a feijões".
Fi-lo, como boa menina que sou. Regressei apôs um mês, com o exame na mão. Ouvi dizer o mesmo. "Isto quer  é faca". Mas antes, vamos lá fazer outro exame. "E olhe, não perca tempo a pesquisar nas páginas amarelas, vá a este sitio, está aqui a morada e o telefone".
E fui e fiz e voltei, passsado um mês e a lengalenga a mesma, outro exame, naquele sítio assim assado, antes do golpe de misericordia.
Passou-se o 2008, entrei no ano de 2009, como manda o figurino, em cima de uma cadeira e com 12 passas na mão. Dez passas foram para a borboleta, outra para os miúdos e a última em nome do Amor.
Não sei se as passas foram mal distribuidas ou se o salto da cadeira, às 0h00 da noite da passagem de ano, não agradou aos deuses.
Em Outubro de 2009, entrei no hospital vítima de um acidente em serviço. Fui atendida por um cirurgião muito simpático, por sinal, e como não sou propriamente uma pessoa reservada, lembrei-me de contar a história da borboleta.
O Sr. Dr. prontificou-se logo para tratar do assunto. Faca é a especialidade dele e realmente, aquela borboleta estava mesmo a pedi-la, há muito.
Então, depois do reiveillon de 2009/2010, das 12 passas, do brinde ao Amor e à Saúde, lá fui, finalmente, para a faca.
Toda feliz e contente andava eu quando soube que a borboleta tinha casulos, casulos de bicharoco e portanto havia que retirar a restante borboleta.
Três meses após a primeira facada, lá vou eu para a segunda. Desta, e em sinal de reconhecimento pelo bom comportamento, mereci uma plástica, para não ficar com duas cicatrizes no meu belo pescoço.
A história teria ficado por aqui se o bicharoco não tivesse produzido descendência e ocupado as imediações...
"Pronto, daqui agora vai para o Barreiro", sentença lida. 
Acontece que no Barreiro, os Srs Drs consideraram que nada podia fazer para travar a reprodução não assistida nem consentida do bicharoco e as consequentes ocupações.
Assim, como somos um País de passar bolas quentes, do Barreiro devolveram a bola ao Montijo, como se no Montijo tivessem aparecido, de um dia para o outro, as salas de radioterapia, os técnicos e os meios de combate   a este tipo de reprodução ilegal. O Montijo, sabiamente, num passo de génio da bola, rematou com o processo para o IPO.
E assim estava eu, até 6ªf passada ter-me fartado desta espera e contactado o IPO para saber quando iniciaria o combate à ocupação ilegal.
A resposta demorou a chegar, só chegou hoje, isto depois de vascvulharem o sistema informático do IPO para me dizerem:
"Não temos processo nenhum em seu nome. Nada nos chegou."
Agora digam lá, "são coisas do arco da velha" ou "elas existem mesmo!"????

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Devolution

Como alguns (poucos) o saberão, ficar sossegada à espera que as coisas me caiam do céu,nunca foi o meu forte. Depois, como as más línguas gostam de dizer, estar demasiado tempo parada faz-me mal... faz-me pensar, pensar e quanto mais penso, mais vou tendo consciência que existo, como lá dizia o filósofo, e quanto mais esta consciência me assalta, mais percebo que não sou feita de massa estática. A acrescentar a todos estes factores já de si pesados, acresce o dia de ontem ter nascido cinzento, à noite ter chovido ou seja, as forças da natureza, ontem e hoje, apesar do calendário ditar tempos de primavera, decidiram mostrar o seu lado tempestuoso, bravo, indomável, mais ou menos por aí.
Bom, já lá vai um mês que voou o resto da borboleta e tecidos adjacentes com os bicharocos atrás; já lá vão mais de duas semanas que fui à consulta de cirurgia, onde me disseram que por bandas da Aldegalega o processo estava terminado, agora seguiria para o Barreiro onde me chamariam para consulta e tratamentos; já lá vão pois mais de duas semanas de espera (que palavra...), de paciência, de exames complementares, de corridas para a caixa de correio.
Até que hoje, (confesso que também picada pela Paulinha, pela AI e pelo cinzento de lá de fora), lembrei-me de me apresentar ao Hospital do Barreiro.
Não foram precisas grandes apresentações, pelos vistos o meu nome é célebre, vá-se lá saber porquê.
A senhora das consultas de oncologia (que palavra interessante, ainda vou pesquisar a origem), ao ouvir o nome, desbobinou logo a história toda:
"O seu processo foi recebido cá, sim senhora, e devolvido há dois dias ao Hospital do Montijo, porque o nosso chefe de serviços considera que não temos meios para a tratar. Informou o seu médico da situação. Agora tem que contactar o seu médico"
A minha voz, que ainda não está a 100%, é a primeira coisa a acusar stress, nervoso ou cansaço. Ao ouvir estas palavras quase que sumia.
"Mas não têm meios porquê?"
"Tem que falar com o seu médico. O seu processo foi devolvido. Não posso adiantar mais nada."
E assim foi. Nem tive tempo para me tornar conhecida no famoso Hospital do Barreiro.
Agora é esperar novos destinos. Com a sorte que tenho tido, talvez me mandem tratar do bicharoco para a Polinésia Francesa, ou para Florência, Paris, Roma (prefiro), quem sabe?
No Barreiro, definitivamente, é que não pode ser.
Que chatice!! (como diria a mamã)
:):)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bancos de jardim

Num destes dias de "amargo far niente", fui dar uma volta até ao parque e sentei-me num banco de madeira, à sombra de uma daquelas seculares árvores onde há muitos anos atrás, com um balão verde nas mãos e umas longas tranças negras, tirei montes de "retratos" ao colo da minha mamã.
No banco ao lado estavam duas velhotas. Velhotas nada, porque, afinal, velhos são os trapos e a única diferença entre aquelas senhoras e eu, conclui passados alguns minutos, era o facto das mesmas nunca terem feito retratos à sombra daquelas árvores com a um balão verde nas mãos e ao colo das suas mamas. Talvez tivessem tido igualmente longas tranças negras e mamas também, certamente; só que no tempo delas não havia ainda balões verdes, as mamas eram mães e as árvores do parque eram bem mais pequenas. Ah! e as fotos, as fotos deviam ser a preto e branco...Estas eram as diferenças entre mim e estas duas senhoras, tendo no entanto, estas senhoras, uma vantagem sobre mim: o Tempo. Contado em dias, tinham um bom punhado de grãos de areia a mais do que eu, no calendário do seu passado, da sua sabedoria, da sua experiência de vida.

"O tempo já não é o que era dantes. Olha pra estes calores repentinos. Isto até nos faz mal. Dá cabo da gente."
"Mas alguma coisa é o que era dantes, ó Maria, tá tudo mudado. Nada é igual. Já não há respeito."
"Tens razão. Ó se o meu Manel cá tivesse... Graças a Deus que ele na viu nada disto."
"O quê? O tempo?"
"Na, qual tempo! O filho que ele e eu criamos! Sabes lá... Já no tempo do pai as coisas na iam lá muito bem, mas agora, mulher, agora...Deus me dê forças e alguma saúde para fazer as minhas coisinhas, enquanto for viva."
" Então, mas as coisas pioraram?"
" Qual pioraram, qual quê? Nem o vejo. Não me visita, não me telefona. É como se não tivesse mãe, sabes como é?"
" Sei, sei, é como a minha Antónia. É o que digo, o Mundo tá todo virado. Isto é o fim dos tempos!! Olha o que eu te digo!! "
"Sabes lá, no outro dia peguei naquela coisa, aquele aparelho que o Manel comprou antes de se ir, coitado, que Deus o tenha, o telmóvel, carreguei no 1 e foi ter a chamada ao meu rapaz. Gostava que ele me levasse ao médico, no dia seguinte, à tarde. Ele até estava de férias... olha, lembrei-me de perguntar..."
"Então, ele foi contigo? Fizeste bem, sempre foste acompanhada.Lisboa é uma confusão prás nossas cabeças"
" Ó mulher, mas tu achas mesmo? Disse-me que também tinha que ir ao médico dele. Às 6h00 da manhã."

E, sem perceber muito bem a razão que o coração tem e que a própria razão teima em desconhecer, ou que mais retratos a minha memória jorrará para me surpreender, levantei-me, orientada por uma bussola de um desnorte invisível e fui.

:):)

terça-feira, 1 de junho de 2010

To all my friends (Uma, duas, tantas...)

É difícil falar quando as palavras nos faltam, quando as emoções são mais fortes que todos os vocábulos que foram inventados.
Mais difícil é pôr por escrito, quando não somos poetas, aquilo que nos vai no coração, na alma e na mente e que nos transporta para os longínquos desfiladeiros do tempo.
Aquelas memórias que nos sufocam, aqueles gestos que nos marcaram, aquelas pessoas que se nos deram, nos deram vida, nos apoiaram na vida e a vida.
Com um estúpido receio que esta série ininterrupta e eterna de instantes, o chamado tempo, se esgotasse, quis dizer o quão importantes tinham sido para mim certas pessoas que me deram vida, que fizeram ser quem eu efectivamente fui e sou.
Quem comigo chorou e quem comigo sorriu. Quem comigo festejou as conquistas e quem a meu lado esteve nos reveses. Amigos, companheiros, ...
A algumas destas pessoas consegui fazer chegar esta mensagem, outras, por força das mais diversas circunstâncias e contrariedades, também da vida, não foi possível.
Mas estou certas que elas o sabem.
:):)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

FEIO, PORCO E MAU

O Blogger já me deve deitar pelos olhos!
Paciência! Uma da manhã. Os "drunfos" não fazem efeito e a Simone de Oliveira (a nossa) está velha. Tenta cantar, mas já nem canta nem encanta.
Nos outros canais repete-se a crise, o IRS e o IVA. Quero lá saber, estou farta!
Já todos sabemos que vai tudo subir. Até os rios vão subir de volta para as nascentes, se for necessário para combater a crise e satisfazer o PEC, assim o entendam os não sei quantos PC e JS e não vale confundir nomes.
E que crise! Agora pensando melhor, acho que a crise e as tradições da minha família devem andar de mãos dadas. Desde que me lembro de ser gente que ouço falar de crise, tal como me lembro de ouvir a mamã a dizer "branco" eu a pensar "azul"! Sintomático, é a crise!
Voltando. Uma e cinco da manhã, é o Júlio Isidro. Apresenta o programa ora em português, ora em inglês. Não percebo que programa é. Passo à frente.
A Rosa está na cama, a minha espera.
Hoje não fiz a cama porque não tive força para mudar os lençóis, a modos que vou acampar na minha cama.
Ah! A Rosa é o livro, "Rosa Brava", pois...Também vai ficar à espera, ela e a Leonor, juntas e inseparáveis. A Leonor, a Leonor é a de Telles.
Falei-lhe do cansaço e ele receitou-me vitaminas. Disse logo que não as ia tomar pois ia engordar, pois! Quero lá saber das vitaminas! Antes cansada do que gorda e anafada!
Uma e quinze, o Júlio e a Simone foram dar uma curva e começou um filme de terror!! Onde está o comando???
Ah, pronto. Lembrei-me de olhá-lo nos olhos. Enfrentá-lo como gente grande. Face to face. Fui à net, procurei, procurei e foi o mais próximo que encontrei. Lá em cima está um, como chamar, um pequeno "bicharoco " da borboleta.
Claro que quando se instalam noutros lugares, mudam de "carinha". Mas na borboleta têm essa simpática forma de ovinhos de Páscoa.
Vou olhá-lo, sempre que abrir o blog, e dizer: VOU VENCER!! Vá à faca as vezes que for!
Uma e meia da manhã: "A vida e a obra de Jorge Jesus"!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!, SIC Notícias. O homem é lindo " e não se comove com os seus êxitos". Comovente! Vou ter pesadelos, com ele e com o ovo de Páscoa!
:):)

SPA

Tenho saudades dos meus amigos do SPA.
Tenho falado com eles, melhor, tenho "mensajado", pois eles prometeram respeitar, religiosamente, as minhas cordas vocais e assim o têm feito.
Não adianta dizer que até já consigo falar, desde que não seja mais de 15 minutos seguidos, pois não se matam saudades por mensagens... Saúde, para eles, é saúde e fazem questão de cumprir o "luto" da comunicação oral!
Qualquer dia marco um lanche, lá para os lados do SPA, para matar saudades e dar umas boas gargalhadas "semi mudas".
Qualquer dia, mas não um dia qualquer.
Vai ser qualquer dia, quando este cansaço que me consome me permitir voltar a ter vontade de ver a luz do sol; mas não vai ser um dia qualquer, porque tenho a certeza que quando rever certos lugares a calma voltará a inundar certos espaços que permanecem vazios em mim e as lágrimas baptizarão esse momento.
Vai ser um dia destes, assim que este calor infernal acalmar e eu consiga convencer alguns dos muitos prestáveis para me levar até lá; mas não será um dia qualquer, porque vou estar com amigos que fiz em tempos difíceis, na altura em que amizade significava união, solidariedade, compreensão, partilha.
Amigos que ao principio se estranham, mas depois se entranham.
Foram eles que me fizeram aguentar de sorriso nos lábios e com máscara de generala o voo da borboleta, embora só dois conhecessem a história do bicharoco. Acho que estavam mais preocupados com ele do que propriamente eu.
Um dia destes vou até lá, mas não será um dia qualquer. Nem para eles e muito menos para mim.
:):)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bichos



Sei que esta não foi escrita para combater bicharocos infiltrados em corpos de mocitas lamechas à espera, em camarotes à sombra;
Esta foi escrita, com grande mestria, para combater "feras" instaladas em terra de homens e mulheres combatentes em barreiras ao sol ou sombra;
Não foi escrita para quem foge a combates, foi escrita para quem tourea ombro a ombro com a fera;
Foi escrita por poetas, desafiando os bichos de guizos, chocas e os homens de mantilhas, espadas e capotes, com a subtileza das palavras;
Foi escrita para que, por fim, as palavras fossem bandarilhas de esperança que afuguentassem a fera e entrassem na Primavera.
Mas lá dizia o poeta:

Ninguém nos leva ao engano...toureamos mano a mano...só nos podem causar dano....espera...

:):)

O veredicto do meu avesso

De que adianta o nervoso miudinho de volta do calendário, de que me vale o repetir constante daqueles rituais noite dentro, como que a prolongar o dia, que ganhos me trará a implicância permanente com o comando dos estores das janelas de minha casa?
Eu sempre o soube. No fundo, sempre o soube. Por estar escrito na estrelas, por ter aquele dedo de adivinho de mãe, por o sentir crescer dentro de mim, não como um intruso, mas como mais um desafio.
Desde o primeiro dia que me disseram "esteja descansada, tinha bom aspecto". Tornaram a dizê-lo da última vez, o que é certo, é que preto no branco, as químicas e as patologias, as anatomias e as observações microscópicas, desmentem sempre o que os olhos dos Drs. queriam parecer ver.
E sabem, a linguagem das medicinas não é nada floreada. É despida de figuras estilísticas e por isso a chamam de nua. É sem sabor, com falta de tempero e por tal apelidada de crua. Sem lugar a segundas interpretações, a ses...mas...ous...
E pronto(s)! O bichinho lá continuava, malandreco como só ele e os da raça dele o sabem ser.
Aprendeu o milagre da multiplicação e agora é o "ver se me apanhas". "Borboleta", já era!! Os músculos e gânglios adjacentes aos últimos restos da "borboleta", também já eram propriedade do bicharoco, estando este já devidamente instalado! É o chamado "a ver se t'avias!!" E se mais HOUVESSEM cortado, mas história teria eu para contar... penso eu DE que...
And now... where is it? Pois, não sei. São segredos que escapam ao comum dos mortais. Estará no chamado segredos dos Deuses...(espero que não estejam loucos)!
E o que fazer a seguir?
Mas vocês têm com cada pergunta! Lembram-se de cada coisa! Agora? Agora é esperar! Esperar que um outro Hospital se lembre de dar andamento às listas de espera, chame para uma (re) avaliação de toda a situação, pois por bandas das Aldegalegas já mais nada pode ser feito.
E eu começo a impacientar-me com esta espera que me desespera, "porque nela vivo já não quero que viva", porque o sei, porque o sinto dentro de mim; porque me começam a faltar as forças para gritar; porque me começa a faltar a garra para o agarrar; porque me começa a faltar o tempo para viver.
Que chatice, como disse a mamã!
:):)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

The second smile

Estou desfeita!!
Pior, muito pior do que eu podia imaginar. Na extensão, na cor, na sensação ao tacto, na impressão ao olhar!!
Volte a minha gargantilha de compresas e adesivos. Volte a chuva, o vento e o frio. O Inverno. Voltem as golas altas e os agasalhos para o dito seguemento que liga o tronco à cabeça.
Tenho uma palete multicolor desde o meu regaço até ao maxilar inferior. Ora roxa, ora encarnado vivo, ora amarelo, mais amarelo que o meu desespero. Pele lascada de tão seca. Pintas, muitas pintas, pintinhas, pintarolas, pintarroxas.
Não há cremes que me valham, não há auto-estima que resista, não há écharpes que cubram este smile "draculiano" que me foi rasgado.
Eu, que dava pulos de contente pela plástica à borlix, agora compreendo os gritos majestosos das dondocas quando lhes retiram as benditas compressas e lhes colocam o espelho nas mãos. Que visão aterradora, my God.
Querem ver? Ora espreitem.


Antes, com a bendita gargantilha de compressas e adesivos


Depois. Até a câmara se assustou! Mas sou eu!!Vejam, vejam bem:(((
Não há sorriso, de lábios, que disfrace este sorriso draculiano multicolor e cheio de pintarolas...Do lado esquerdo, ainda conseguem ver o mísero estado da orelha, negra que nem carvão...

Smile

Hoje vou tirar a minha gargantilha de compressas e adesivos, avaliar o estado da dupla cicatriz (que na verdade não é dupla, pois fizeram-me uma plástica, não vos contei??), tirar os dois mafiosos pontos pretos da minha orelha e começar de novo...
Pensando bem, se já tinha um sorriso algo interessante, agora fico com dois. Um nos lábios e outro um pouco mais abaixo, no pescoço.
Há sempre jeito de fazer de um limão uma limonada, é preciso é imaginação, muita imaginação, idiotice (de ideias), descontracção, ...
Já vos disse que me fizeram uma plástica ao pescoço, à borlix? Pois é. Como não ficava bem a uma mulher de charme como eu ficar com dois "smiles" no pescoço, esticaram-me a pele do dito, de modo a removerem o smile de há três meses atrás e ficar apenas com um smile. Portanto :), just one.
Nada melhor que a Simone, a do outro lado de lá, para cantar o que me vai na alma, aquilo que eu sou e que, no fundo, todos aqueles que me conhecem, reconhecem em mim. Vero?
And :), allways :).