by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O meu caso sem Facebook



Foi já há algum tempo, há um bom par de anos atrás ou talvez mais, mas nunca escrevi sobre tal, nem escreveria, pois, como diz a canção, recordar é viver, é há coisas que nem mesmo eu, com todo este ar desempoeirado e esta forma leve e fresca de combater as dores prenhas da vida,  consigo viver duas vezes.
Agora, de um momento para o outro, eis que me entra pela casa adentro, cada vez que ligo o PC, ou a televisão ou abro um jornal (ainda tenho o hábito de os ler em papel, vá-se lá saber pq...), uma execrável  história de um filme colocado no facebook, sobre uma cena de violência sobre uma adolescente.
Há dois/três anos atrás, uma amiga minha convidou-me para tomar o pequeno almoço. 
Enquanto se encaminhava para o meu café preferido, disse-me que tinha uma coisa a contar-me sobre os meus filhos mais novos. Com muita calma, pé-ante-pé, depois de parar o carro, contou-me que um grupo de rapazes de cor mais duas raparigas tinham feito uma espera aos meus filhos e dado-lhes uma sova, dois dias antes. Que tudo tinha acontecido à saída da escola, perto da mesma, cerca das sete da tarde (no Inverno). Que tudo se tratava de ciumes por causa de um rapaz que andava atrás da minha filha e a suposta namorada havia tratado de arranjar maneira de a afastar dele. Que a rixa começara quando as  duas raparigas esperaram a minha filha numa ombreira dum prédio, a puxaram pelo o cabelo e a começaram a agredir. Que o irmão, que a acompanhava de volta a casa, intercedeu a favor de irmã, quando o grupo de rapazes de cor, apareceu e começou a agredi-lo, também. Que a isto só parou porque chegou alguém (um adulto) e perguntou o que se passava, o grupo "contratado" fugiu e os meus filhos foram conduzidos até à porta de casa por esse "alguém".
Não queria acreditar no que estava a ouvir. Recusava-me acreditar no que acabara de ouvir. Não podia ser! Os meus filhos? Não, não pode ser!
Pedi à minha amiga que me levasse até à escola deles. Interrompi-lhes as aulas. Agarrei-me a eles a chorar, mal os vi. Depois, olhei-os de alto a baixo, trouxe-os para casa, quis ouvir da boca deles o que se tinha passado. Aliás, queria ouvir que tudo o que a minha amiga dissera era um engano. Mas não. Tudo tinha sido assim, era verdade. O pai sabia e o corpo deles mostrava que sim.
Não consigo descrever o que senti, porque não há palavras para descrever tamanha revolta, tamanha indignação, tamanha impotência. Todos os meus problemas se relativizaram; todos os problemas do mundo se amesquinharam; aquela agressão bárbara não me saía da cabeça noite e dia. Apresentei queixa na polícia, mas não sabia nomes dos rapazes, ...não chegou ao DIAP.
Quanto às raparigas, alunas da mesma escola, apresentei queixa na escola e também na PSP, mas eram menores e em ambas as situações não havia testemunhas. 
Agora, quando vi esta gravação que colocaram no facebook a abrir telejornais... .Dói, mas dói mesmo.
Nem quero imaginar a dor daqueles pais. Eu só vejo se me apanharem distraída.
Disse.




domingo, 15 de maio de 2011

Eu sou D.U.R.O.!


Ao fim e ao cabo, depois de facadas e ataques bombistas radioactivos, venci o intruso, o bicharoco maldito e juntei-me aos bravos D.U.R.O's.

Doentes que
Ultrapassaram
Realidade
Oncológica

É caso para dizer:  Não venham eles, mas se voltarem, vou vencê-los!

domingo, 6 de março de 2011

And the oscar goes to...

Já se disse tudo e mais alguma coisa sobre o filme vencedor do Óscar para o melhor filme do ano, eu sei.
Já se disse que Colin Firth esteve divinal no papel de George VI, tal como Geoffrey Rush no papel de terapeuta da fala que, a meu ver, merecia bem a estatueta para melhor actor secundário.
O que ainda não disse é que fui ver este filme duas vezes. Acho que nunca tinha feito tal coisa. Mas ontem fi-lo.
E fi-lo não só para poder deleitar-me com o excepcional desempenho do Colin F e do Geoffrey R., mas, sobretudo para tomar consciência de que quando a força de vontade, a persistência, a tenacidade e a coragem se aliam à necessidade não há impossíveis. Mesmo que essa necessidade seja a de reinar sobre dois terços de um mundo em guerra.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Obrigada a todos (perceptível)



Obrigada a todos pelos vossos comentários, pelos globos de ouros, pelas mensagens de estímulo e coragem!
Hoje começa a recuperação!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Força de Dragão



Sou uma tia babada!!
O meu sobrinho João S., a quem sempre chamei o meu bochechinhas está, de facto, um homenzinho. Mas um homenzinho com H grande!
Ainda me lembro quando o ia buscar ao judo, ele sempre muito caladinho sentado lá atrás no carro, com aquelas bochechinhas, mas orgulhoso do seu cinto branco, depois amarelo, depois laranja...
Mas o meu bochechinhas foi crescendo, crescendo, ...
Adquiriu querer e saber. 
Adquiriu alma, alma de DRAGÃO, o que me tornou ainda mais orgulhosa, no meio daquela família de águias.
No verão passado apostou nele, com toda a força que os dragões têm e que só nós sabemos. 
Encheu o peito de ar e disse "Eu quero ir para o Colégio X.".
O Colégio X é um colégio muito difícil de se entrar, com provas de tudo e mais alguma coisa. Mas ele conseguiu!
E sabem que mais? Depois de conseguir entrar no Colégio X, o meu Joãozinho, no fim do primeiro período, entrou para o Quadro de Honra do Colégio, pelas suas notas e comportamento exemplar.
É de Dragão!
Força, João!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Intimidades



Hoje fui ao médico.
Coisa banal, banalissíma, trivial, comum, vulgar.
Uma ida ao médico. Que é isto para uma brava mulher, como eu, que teve três cesarianas em três anos consecutivos? Que enfrentou um 2010 recheado de "surprises", com umas idas à faca assim a modos que jogo da roleta russa, com um corta daqui, depois corta dali e depois logo se verá...
Bom, mas hoje fui ao médico. 
Mas não a um médico qualquer. A esses  todos já estou eu habituada.
Com aqueles que cortam e cosem, já trato por tu,  e até já chego a determinado tipo de acordos:
"Dr, já agora, retire-me o bicho, mas ao mesmo tempo, estique-me aqui esta ruga do canto dos lábios". 
Ou então:
´"Ó Dr, e se aproveitássemos e tirássemos a papada, que diz?" 
E as coisas até têm resultado.
E hoje fui ao médico, estava nervosa...
Não foi ao dentista. Adoro aquelas cadeiras desses. Gostava de ter uma coisa daquelas em casa., só lhes acrescentava uma funcionalidades, a de massagem. De resto, são óptimas. Até aquele conjunto de luzes, direccionado na perfeição para fazer a maquilhagem, ajudar na depilação do rosto, sei lá...
Hoje fui ao médico e nem a medicação da manhã me lembrei, tal era a nervoseira...
Cheguei a tempo e horas. Preenchi a admissão (!). O médico estava atrasado, que sorte!! "Estão a alcatroar o caminho que o Sr. Dr.utiliza", explicou a assistente.
Ai, que bom, com sorte livras-te por mais três anos da consulta , pensei.
Mas não. Passado cinco minutos, ouvi a assistente chamar o meu nome. 
Não há escapatória, ainda por cima a AI estava ali, para se certificar que eu ia mesmo ao médico.
Blá, blá, blá.
Contei-lhe sumariamente as minhas belas primaveras de existência,  complementa  sempre pelas gracejolas da menina AI.
Depois, a frase fatal:
"Pronto, agora pode passar para aquele lado, despir-se, vestir a bata e deitar-se na maca."
Ia ser consentidamente violada!
Até daqui a três anos...

domingo, 9 de maio de 2010

Pedrada no charco

(Kiana Firouz - imagem blog Tramadas)


Falando de coisas sérias...
Gosto muito de brincar, de "humorar", não dispenso uma boa gargalhada, rir até não poder mais. Até podem pensar que a vida me passa ao lado. Tenho como um dos lemas de vida "fazer de um limão uma limonada". E tenho tido muitos limões...muitos mesmo. De uns fiz limonadas, de outros SPAs, de outros borboletas ou ainda seconds smiles. Mas não sou uma pessoa inconsequente ou inconsciente, à qual o mundo passe ao lado. Não vou enumerar as minhas virtudes, pois não me ficaria bem e hoje estou, de facto, num registo sério.
Uma amiga minha, muito amiga e muito próxima, quando me foi visitar ao hospital, ofereceu-me um livro cujo título é "Rosa Brava", com a dedicatória: "Para outra Rosa Brava, umas vezes amada, outras nem tanto, mas sempre admirada por todos pela força e pela coragem". Acho que isto basta para me conhecerem um pouco melhor (para aqueles que me seguem e ainda não me conhecem).
E porquê a pedrada no charco?
Sou uma das novas adeptas do Facebook e por estes dias de convalescença tenho tido tempo de sobra para explorar o dito site, que para além de facturar milhares atrai milhões. Sou um pouco elitista, confesso, nos "adere a isto" "converte-te aquilo" "joga aquilo outro". Detesto o "Farmville" sem nunca o ter experimentado, só por achar que é pura alienação..., mas há sites interessantes e houve um que me chamou a atenção.
Deparei-me com um post que alerta para uma petição que corre, a nível mundial, destinada a apoiar o recurso da iraniana Kiana Firouz que pretende obter asilo na Grã-Bretanhã, tendo-lhe o mesmo sido negado.
Se esta iraniana regressar ao seu país, o Irão será, seguramente, condenada à morte. Porquê?
Porque defende o amor, somente por isso.
E o Irão é um estado complicado, como nós ocidentais bem o sabemos. Não há apelo nem agravo.
A defesa de certos direitos, por muito básicos que o sejam, pagam-se com a vida.
O direito à igualdade, por exemplo. Ninguém duvida disto, pois não? Absurdo, mas a mais pura das verdades.
Como é possível alguém ser condenado à morte, seja no Irão seja na Conchinchina por defender o "Amor"?
É coisa que não pensamos duas vezes... Assinamos petições pela "acesibilidade electrónica portuguesa", "para acabar com a acentuação no Twitter", "para a suspensão do cultivo de organismos genéticamente modificados", e continuaria pelos abaixo-assinados, filhos de um Deus juridicamente menor que as petições, mas igualmente na moda.
Claro que vamos todos assinar a petição em http://www.blogger.com/www.petitiononline.com/kianaf/petition-sign.html e fazer chegar a mesma ao Ministro inglês para que Kiana não seja deportada. Certo? Alguém tem dúvidas?
Ah, esqueci-me de dizer uma coisita.
Kiana defende o Amor, sim. Mas o amor entre iguais.
Mudou alguma coisa?
Eu sabia que não.
Quem comenta?
:) :)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Força, filho meu!



Foto de Mário Gouveia In Protenis, Edição Outubro/Novembro 2008



Escrevi sobre cinema, livros, os meus alunos, as politiquices da carreira docente, o consumismo, a “festa” do Natal. Desejei Bom Ano a todos, lamentei a tragédia da Madeira, “postei” sobre as caminhadas que faço, lastimei o meu peso que teima em aumentar. Elogiei o Hospital do Montijo, enalteci os seus profissionais, enterneci-me com os restantes doentes que lá estavam, e por lá ficaram depois de eu sair, pintei o retrato da inspecção ao meu carro, agradeci os amigos que Deus me deu. Escrevi poemas de outros, participei em “desafios” e gincanas… sorri com os vossos comentários, ri a bom rir com alguns os vossos posts, comovi-me com algumas palavras que me fizeram chegar.
Ainda não vou desvendar o “meu” Óscar (do cinema) vai para…
Hoje, vou conceder o maior Galardão do Mundo ao meu filho Nuno.
Hoje, vou deixar passar para vós o coração apertado de uma mãe e, em simultâneo, o seu orgulho.
O Nuno nasceu há quase 20 anos, com uma doença - a Acondroplasia. Não gosto do nome nanismo e muito menos de anão. Os homens não se medem aos palmos e o Nuno é disso exemplo.
Quem o conhece reconhece nele a força do seu carácter, a vontade de ir para além dos seus limites. O Nuno sofreu e muito. Sofreu a dor física das inúmeras operações a que foi sujeito, para conseguir mais uns 10cm de altura, mas sofreu ainda mais as dores psicológicas dos centímetros que iam ficando para trás à medida que a idade ia avançando; suportou as barreiras físicas que todos os dias tinha de ultrapassar, as campainhas ou as maçanetas das portas a que não chegava, a altura dos sanitários…
Desde muito “pequeno” sempre adorou o desporto. O futebol e o seu SLB. O seu ídolo, um outro Nuno (o Gomes).
Mais tarde, descobriu o Ténis, a sua grande paixão…
No verão passado, a revista especializada de Ténis Protenis “descobriu” o Nuno.


in Protenis, Edição Outubro/Novembro 2008
O meu filho é especial, como todos os filhos são especiais para as suas mães. Mas o Nuno é, sem dúvida, muito especial.
Foto de Ana Fidalgo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O meu peso(a)delo


Como certamente repararam, coloquei um novo "décor" na página do blog.
Passo a explicar:

É um projecto que vou iniciar na 2ªfeira...

Objectivo: "Virar" Tágide dos dias de hoje...
Metodologia: Uma vez que a fé move montanhas, mas não remove as banhas, meti "pés à obra", no paredão de Oeiras, fechei a minha boca a crepes e iguarias afins. Muita aguinha (para além da da chuva e da do Atlântico/Tejo).
Avaliação: Todas as semanas, na balança de bioimpedância digital.
Recursos: Sapatos confortáveis, fato de treino, corta -vento ou anorak, água, alfaces com fartura
Intervenientes: Eu, me, moi e myself
Calendarização: Só Deus sabe...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Julieta dos Espíritos

Hoje quero dar-vos a conhecer uma recente amiga minha.
Chama-se Julieta, não sei muito bem que idade lhe darei, mas dizem que nasceu há 14 anos.
Para mim, a Julieta é um exemplo de sobrevivência, adaptação e afirmação.
Há uns anos atrás foi-lhe diagnosticado um cancro num membro locomotor, pelo que teve de ser amputada. Mas isso em nada lhe retirou a sua beleza, a rebeldia que a caracteriza e o seu modo independente de estar no mundo.
Afirma-se tal como é, com orgulho e mesmo muita altivez. Quando se sente atacada, mesmo que por um “mimo” mais descuidado, defende-se com garras de leão e dentes de Pitbull, da mesma forma que, quando se sente à vontade, ora se enrosca num sofá, ora se esparracha diante do aquecedor.
Para terem uma ideia da sua maneira de ser e estar, sai de casa e vagueia pelas ruas do bairro onde mora desde que nasceu, até altas horas, por vezes de um dia para o outro. Como não tem habilidade ou algum jeito para abrir a porta do prédio ou tocar a campainha, fica junta desta esperando que algum morador entre, para aproveitar a “boleia”.
Aconteceu exactamente isto no dia de Natal. Aproveitou a confusão da saída das visitas de pois do jantar e lá se esgueirou, sorrateiramente, pela porta, sem ninguém dar por ela. Apareceu no dia seguinte, de manhã, esfomeada, mas toda feliz da vida.
Para caracterizar devidamente esta minha amiga, só me falta dizer que a Julieta é uma gata, não por ser linda, mas por pertencer mesmo ao mundo dos felinos. Neste caso, é uma gata ao quadrado.
Pois é, aqui está um exemplo vivo, retirado do chamado “mundo animal”, de adaptação, de sobrevivência, de como é sempre possível continuar…

Um beijinho para ti, Julieta