by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

domingo, 20 de junho de 2010

All By Myself

Já postei esta, numa noite de "amargurezas", de horas feitas de silêncio e minutos rendilhados de angústia.

Hoje, ainda não é noite, é tão somente uma tarde tardia, mas a decisão foi feita do fermento das mesmas horas e das lágrimas salgadas e amargas dos mesmos minutos.

É um adeus, by myself, na forma de um até um dia destes.

Foi você quem falou em tradição?


Tenho um palpite. No próximo acordo ortográfico a palavra "tradição" vai ser banida do dicionário. Vai uma aposta? E não vai ser por culpa dos brasileiros, dos fios dentais das brasileiras ou da "safadeza" com que eles tratam a língua de Camões. Não, nada disso. Trata-se de um fenómeno universal. Mais universal que o fenómeno da globalização, da crise ou da corrupção. É quase uma aculturação (tal como a corrupção neste país).
Há quem chame de evolução, ou desevolução, conforme esteja de acordo ou não. Também já ouvi falar de evolução negativa dos tempos. Enfim...
Mas vejamos:
Na Suécia, o conto de fadas, virou-se de pernas para o ar. Deu-se o casório, mas ela é que é a Princesa (e futura Rainha) e ele o sortudo, o plebeu. Mas plebeu mesmo!Professor, imagine-se. E de Educação Física!! Pior, na Suécia consta que não existe a rigidez na divisão das classes sociais (?) como nos países do sul e a igualdade entre homens e mulheres é uma coisa levada a sério.
Assim, os noivos entram na igreja juntinhos e agarradinhos, tal como pretendem demonstrar querer ficar para o resto da vida. Não é a palermice que é aqui onde o noivo fica à espera no altar horas infinitas,de sorrisinho fingido nos lábios, fingindo a paciência que não tem e a bondade que nunca terá, maldizendo a sogra, o sogro, a cunhada e a comitiva toda, entre dentes...
Pois não é que a Princesa da Suécia puxou dos seus galões e quis armar-se em lusitana, entrando de braço dado com o seu papá, deixando o pobre plebeu no altar à sua espera?
Lá se foi a tradição do país da igualdade.
E por cá? Já viram bem as linhas com nos andamos a coser?
A tradição também já não é o que era.
O mesmo Presidente da República que aprova um diploma a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pelo facto do país estar em crise e os portugueses precisarem estar unidos, não vai ao funeral de uma figura histórica da cultura portuguesa e da cultura universal, José Saramago.
Não criou este homem e os feitos por ele alcançados, união e orgulho entre os portugueses? Então só a crise e a desgraça é que une os portugueses? Ah!! e o futebol, pois claro, Sr. Presidente!
Será que se a selecção ganhar o campeonato, o Sr. PR também não irá receber os meninos? (ahahah!!!)
Qual Nobel, qual quê!! Missão cumprida.
Bibó futebol!!
Afinal, vendo bem as coisas a tradição só não se mantém no dicionário, porque os meninos não têm forças para soprar uma vuvuzela, quanto mais erguer uma taça, senão...teríamos feriado nacional.

P.S.: Desculpem, estou amarga e ainda por cima alcoviteira. Preciso de doces. Amanhã vou à Igreja de S. Vicente de Fora, ouvi dizer que há uma mostra de doces conventuais. Pode ser que acalme esta minha amargura (ou amargueza? ou amarguridão? ou desilusão? sei lá, com esta do acordo, já não sei escrever!!)

:):)

sábado, 19 de junho de 2010

Feiticeiiiraaa uuuuuu





Das duas três:
- Ou duplico, triplico a dose dos drunfos para conseguir desligar os circuitos e dormir a horas decentes;
- Ou dou asas aos meus devaneios, à minha imaginação (quando a consigo apanhar) e "posto" três, quatro vezes, nem que seja para PC ver, adormecendo lá para as quinhentas, quinhentas e vinte!
Já fiz reclamações para a Ministra da Saúde, por não concordar com os procedimentos adoptados lá por bandas do Barreiro. Ainda não responderam;
Todos os dias vou à caixa do correio ver se tenho alguma cartinha do célebre IPO ( que letrinhas, minha nossa). Nada, por enquanto.
Terça-feira vou fazer mais análises, qq dia não tenho veias para tanta picadela. Agora, a máquina central, a bomba, o coraçãozito, foi-se abaixo. Sequelas, coisas. Daí o cansaço.


Enfim. Tristezas, que ainda por cima não pagam dívidas. Antes pagassem e eu estaria descansada e feliz. Ó se estaria!!
Bom, falando de coisas alegres, tb estou no Facebook, como mais de dois terços deste mundo, (penso eu de que)... e por lá descobri uma coisa muito interessante: Partilhar.
Vamos à net, encontramos qq coisa interessante, clicamos num botão e partilhamos directamente para o Fb.
Partilhar é a palavra de ordem. Assim todos os nossos "amigos" ficam a saber o que pensamos sobre isto, aquilo ou aquilo outro. É giro.
Partilho "posts" do blog e hoje surgiu uma coisa interessante, do lado de lá, que gostava de partilhar com os do lado de cá.
É um teste: " O que você foi no passado" e ao mesmo tempo um teste de personalidade. Como não dá para "linkar", fiz copy-past do resultado que obtive. Pasmem-se:

Feiticeira
És provocadora e tens uma personalidade muito forte. Não tens medo de enfrentar alguém e dizer-lhe o que pensas. Tens objectivos na vida e, de uma forma ou de outra, consegues sempre alcançá-los. Provocas um fascínio muito especial em quem te vê, devido à tua aura miste...riosa. Mas não tens problemas nenhuns em dar-te a conhecer a quem merece, no entanto, nunca te entregas a 100%. Não confias em mais ninguém, senão tu própria. És uma lutadora e muito independente. O teu mistério atrai e, ao mesmo tempo, intimida muita gente.


Vocês acreditam nisto? Eu a pensar em algo como Princesa, Rainha. Uma cientista. Uma filósofa. Não, bruxa.
É mesmo de má lingua, este Facebook!!
:):)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Stork

Foto de Ana F.
Tenho uma história muito engraçada sobre as cegonhas - Stork - em inglês, passada na Bulgária. Chamo-lhe a história do "The bird who take the babies", pois, na Bulgária, nem eu nem os búlgaros nos lembrávamos de como se dizia cegonha em inglês. Mas como sempre fui uma mulher do "desenranca", lembrei-me do "the bird who take the babies from Paris" e toda a gente entendeu que era cegonha.
Esta foto foi tirada, tirada não, captada, neste último fim de semana, por terras do nosso imenso Alentejo, numa estradinha sem fim, sem viva'lma, só cegonhas e mais cegonhas e alcatrão aos montes e por montes e vales daquelas belas planícies.
Mas depois daquele Alentejo, daquelas planícies sem fim, de toda aquela paz e tranquilidade, o alcatrão e o horizonte voltaram-se a fazer-se de filas de carros e cimento e as cegonhas desapareceram.
Os bebés deixaram de vir de Paris, passaram a vir de Lisboa. Esquecemos o pão, o vinho, o queijo e as azeitonas e voltámos, a correr, para as pizzas e o fast movie.
Ah e Montijo tornou-se longe, só mesmo terra de gentes de passagem.
Resta-me subir a um poste, como as cegonhas, e ficar a contemplar as estrelas que brilham em mundos distantes.
:):)

A Estrada

Foto de Ana F
Não estou para "poetizações", mas esta imagem que um dia captei, entre gargalhadas e alegrias mais, adquire, a cada dia que passa, cada vez mais o simbolismo da vida.
Uma estrada vazia, onde o que está para além do imediato é a incógnita.
A estrada para se fazer passo a passo, sem ultrapassagens, amargando cada desgosto ou saboreando cada conquista.
Seja o que for e como for, na condição única de viajante solitário.
:):)

terça-feira, 15 de junho de 2010

As cordas da alma

Parabéns, Prof Queiroz!!
Os mocitos lá conseguiram um brilhante empate por terras do arco-iris!!
Não pensei que conseguissem, confesso.
Sabe, ando pessimista, também não é coisa para menos, compreenda.
Veja lá, Prof. enquanto o Sr. escolheu a Covilhã para abrir os pulmões aos seus pupilos, os Srs Drs. escolheram devolver-me para o Montijo, onde não há nada de nada e então do Montijo enviaram-me ali as bandas do Jardim Zoológico, em Lisboa, para mandar passear o meu bicharoco.
Com isto, lá se passaram mais umas semanitas e o bicharoco já deve ter bisnetos.
Oh Prof. Queiroz, eu até sei que estamos em crise e Lisboa é Lisboa, é uma cidade linda, mas pronto, isto com as vuvuzelas ou lá como é que essa coisa se chama está insuportável.
Não se vê uma bandeirinha nas janelas, parece que o meu bicharoco invadiu a alma dos portugueses.
Foi-se o Papa, mas não ficou o Futebol. Ficou o fado mal fadado do nosso destino. Não me leve a mal, ó Prof., eu tb sou Prof. e sei que nós, coitados de nós, apanhamos com as culpas todas, mas o que é certo é que a nossa alma já não vibra com os seus petizes como vibrava antes com o "Mister" Scolari.
Não toca as cordas da nossa alma como ele soube tocar, sabe.
E agora vêm os sul-coreanos com pilhas duracell...e depois os brasucas com todo o seu samba, né meu...?
Apesar de tudo, aqui o pessoal precisava mesmo de qualquer coisa para se orgulhar, com que se identificar, para se unir, ... para voltar a ter orgulho em ter nascido filho do fado, entende?
É a alma, Prof. , é a alma colectiva que anda desafinada.
:):)

Três letras

Mudei de cara ao blog.
Por falta de assunto, de imaginação, de pachorra para escrevinhar e qq dia, para continuar a giboiar neste meu sofá de penas e linho que, noutros tempos, já foi branco.
Já deu para notar que a noite foi/é longa...Pois...
Que palavrinha preciosa este "pois". Esta tem quatro letras, não três, como a outra, a mais que tudo.
Mas esta serve para desenrascar, empatar, encher, safar uma conversação, lá isso serve. Então agora com estas modas do teclar... é o pois e as "..." e está a conversa feita e o interlocutor despachado e ciente do nosso poder de comunicação. Ah pois é!
Já com a outra palavrinha das três letras a coisa é bem diferente: MÃE.
Ufa!! Quem é que entende uma palavra destas?
Qual quê!!
Mas passa pela cabeça de alguém que uma palavra de três letras tenha a mesma força que o nome Jesus Cristo? Que leve uma bofetada e ainda ofereça a outra face para levar outra? Kruzes Kredo! Isso é coisa da Alta Idade Média onde as mulheres eram seres desprovidos de qualquer pingo de razão, emoção, sentimentos ou inteligência, mães incluídas!
Alguém no pleno uso das suas faculdades mentais consegue perceber que uma mãe sofra dez vezes mais do que aquela criatura de Deus que botou à face da Terra, por que esta em vez de ter o 19 que achava que merecia teve o 18 que o professor achou por bem? Sim, mesmo depois ouvir um redondo "NÃO te ajudo", a mãe continua a sofrer por 1 valor!
1 valor, é o valor pelo qual sofrem essas três letras. Ou 1 décima, ou 1 milésima. Ou o que fosse. Nem que fosse o valor nético de um "pois...".
E a mãe é mesmo uma criatura do tempo da Alta Idade Média, com palas, emoções e inteligência direccionada para...
Portanto, minhas caras e meus caros, para aqueles que já estão fartos de ouvir-me gabar as façanhas da minha filhotinha ou os lamentar os desaires dos meus filhotes, só têm duas soluções:
- Ou voltam costas e eu fico, como já disse, a falar com as paredes cá de casa, como aliás o faço neste momento;
- Ou me mandam para a fogueira, sob acusação de feiticeira, tal como na Alta Idade Média (cá para mim vai, mais uma semana e vai ser esta...)
Ah!! não gosto deste layout do blog e agora não consigo voltar atrás. Que chatice, como diria a mamã, não a mãe!
:):)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Devolution

Como alguns (poucos) o saberão, ficar sossegada à espera que as coisas me caiam do céu,nunca foi o meu forte. Depois, como as más línguas gostam de dizer, estar demasiado tempo parada faz-me mal... faz-me pensar, pensar e quanto mais penso, mais vou tendo consciência que existo, como lá dizia o filósofo, e quanto mais esta consciência me assalta, mais percebo que não sou feita de massa estática. A acrescentar a todos estes factores já de si pesados, acresce o dia de ontem ter nascido cinzento, à noite ter chovido ou seja, as forças da natureza, ontem e hoje, apesar do calendário ditar tempos de primavera, decidiram mostrar o seu lado tempestuoso, bravo, indomável, mais ou menos por aí.
Bom, já lá vai um mês que voou o resto da borboleta e tecidos adjacentes com os bicharocos atrás; já lá vão mais de duas semanas que fui à consulta de cirurgia, onde me disseram que por bandas da Aldegalega o processo estava terminado, agora seguiria para o Barreiro onde me chamariam para consulta e tratamentos; já lá vão pois mais de duas semanas de espera (que palavra...), de paciência, de exames complementares, de corridas para a caixa de correio.
Até que hoje, (confesso que também picada pela Paulinha, pela AI e pelo cinzento de lá de fora), lembrei-me de me apresentar ao Hospital do Barreiro.
Não foram precisas grandes apresentações, pelos vistos o meu nome é célebre, vá-se lá saber porquê.
A senhora das consultas de oncologia (que palavra interessante, ainda vou pesquisar a origem), ao ouvir o nome, desbobinou logo a história toda:
"O seu processo foi recebido cá, sim senhora, e devolvido há dois dias ao Hospital do Montijo, porque o nosso chefe de serviços considera que não temos meios para a tratar. Informou o seu médico da situação. Agora tem que contactar o seu médico"
A minha voz, que ainda não está a 100%, é a primeira coisa a acusar stress, nervoso ou cansaço. Ao ouvir estas palavras quase que sumia.
"Mas não têm meios porquê?"
"Tem que falar com o seu médico. O seu processo foi devolvido. Não posso adiantar mais nada."
E assim foi. Nem tive tempo para me tornar conhecida no famoso Hospital do Barreiro.
Agora é esperar novos destinos. Com a sorte que tenho tido, talvez me mandem tratar do bicharoco para a Polinésia Francesa, ou para Florência, Paris, Roma (prefiro), quem sabe?
No Barreiro, definitivamente, é que não pode ser.
Que chatice!! (como diria a mamã)
:):)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bancos de jardim

Num destes dias de "amargo far niente", fui dar uma volta até ao parque e sentei-me num banco de madeira, à sombra de uma daquelas seculares árvores onde há muitos anos atrás, com um balão verde nas mãos e umas longas tranças negras, tirei montes de "retratos" ao colo da minha mamã.
No banco ao lado estavam duas velhotas. Velhotas nada, porque, afinal, velhos são os trapos e a única diferença entre aquelas senhoras e eu, conclui passados alguns minutos, era o facto das mesmas nunca terem feito retratos à sombra daquelas árvores com a um balão verde nas mãos e ao colo das suas mamas. Talvez tivessem tido igualmente longas tranças negras e mamas também, certamente; só que no tempo delas não havia ainda balões verdes, as mamas eram mães e as árvores do parque eram bem mais pequenas. Ah! e as fotos, as fotos deviam ser a preto e branco...Estas eram as diferenças entre mim e estas duas senhoras, tendo no entanto, estas senhoras, uma vantagem sobre mim: o Tempo. Contado em dias, tinham um bom punhado de grãos de areia a mais do que eu, no calendário do seu passado, da sua sabedoria, da sua experiência de vida.

"O tempo já não é o que era dantes. Olha pra estes calores repentinos. Isto até nos faz mal. Dá cabo da gente."
"Mas alguma coisa é o que era dantes, ó Maria, tá tudo mudado. Nada é igual. Já não há respeito."
"Tens razão. Ó se o meu Manel cá tivesse... Graças a Deus que ele na viu nada disto."
"O quê? O tempo?"
"Na, qual tempo! O filho que ele e eu criamos! Sabes lá... Já no tempo do pai as coisas na iam lá muito bem, mas agora, mulher, agora...Deus me dê forças e alguma saúde para fazer as minhas coisinhas, enquanto for viva."
" Então, mas as coisas pioraram?"
" Qual pioraram, qual quê? Nem o vejo. Não me visita, não me telefona. É como se não tivesse mãe, sabes como é?"
" Sei, sei, é como a minha Antónia. É o que digo, o Mundo tá todo virado. Isto é o fim dos tempos!! Olha o que eu te digo!! "
"Sabes lá, no outro dia peguei naquela coisa, aquele aparelho que o Manel comprou antes de se ir, coitado, que Deus o tenha, o telmóvel, carreguei no 1 e foi ter a chamada ao meu rapaz. Gostava que ele me levasse ao médico, no dia seguinte, à tarde. Ele até estava de férias... olha, lembrei-me de perguntar..."
"Então, ele foi contigo? Fizeste bem, sempre foste acompanhada.Lisboa é uma confusão prás nossas cabeças"
" Ó mulher, mas tu achas mesmo? Disse-me que também tinha que ir ao médico dele. Às 6h00 da manhã."

E, sem perceber muito bem a razão que o coração tem e que a própria razão teima em desconhecer, ou que mais retratos a minha memória jorrará para me surpreender, levantei-me, orientada por uma bussola de um desnorte invisível e fui.

:):)

domingo, 6 de junho de 2010

Ler devia ser proibido

"Leram o que mandei para trabalho de casa?, ou melhor, reformulo a pergunta, quantos leram o que texto que mandei como trabalho de casa?"
Silêncio total.
Como ando farta de silêncio e tempo, fui, num dia destes, assistir a uma aula da AI.
Aula de Português, 10º ano, sexta à tarde, numa escola nos arrabaldes de Lisboa, a mesma que há um par de meses atrás foi tema de abertura dos telejornais, pelos mais tristes motivos - a morte de dois alunos, numa lagoa perto da escola.
E foi assim que a professora, a AI, iniciou a lição.
Certamente que o plano para a aula daquela sexta, à tarde, estava todo preparado na sequência da última e do trabalho de casa dos meninos, do 10º ano. Mas os planos saíram frustrados. Os meninos não tinham feito o tpc "e portanto, srª profª, agora, a batata quente, ou fria, como queira, está do seu lado", pensava eu de que...
Impávidos e serenos, como se em nada tivessem falhado, nem se preocuparam em justificar a "falta".
A prof., também impávida e serena, não pegou em caderneta alguma para apontar a falta dos meninos, como certamente eu teria feito.
Confessou-se absolutamente nada surpreendida, largou algumas "larachas", ironizou sobre alguns comentários que um ou outro aluno se atreveu a fazer e escreveu no quadro a frase:
"LER DEVIA SER PROIBIDO"
A partir daqui assisti a uns verdadeiros alucinantes 80 minutos de desenvolvimento de competências, de transmissão de conhecimentos, de desafios, de estímulos, de respeito, de admiração, de reconhecimento..."a professora sabe tudo!"
Nesta aula, e à laia de "ler ser proibido", aquela turma do 10º ano de Ciências e Tecnologia, ouviu falar de Gutenberg e a invenção da Imprensa, de Nelson Mandela e seu Invictus, do Apartheid, de Ghandi, de Berlin e seu muro, de Hitler, de Mia Couto, de livros e de ler...
Mas a professora soube, sobretudo, como cativar os alunos.
Ensinou-lhes a escrever nos seus cadernos todas as palavras novas que iam aprendendo aula após aula, como num caderninho de sinónimos, onde as primeiras foram "grisalho" e "cãs", vá lá saber-se porquê...
E, durante 90min nunca olharam para o relógio, porque, segundo as regras, tal atitude é pecado mortal.
Ah! este era o plano B da aula, o A seria o tal, se os alunos tivessem feito o tpc...

AI, se fosse tua aluna NUNCA faria tpcs!!!

:):)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Onde está a diferença?


Imagem A




Imagem B

Hoje acordei com ganas, como dizem nuestros hermanos, de fadista. Não fadista de cantar o fado, mas fadista de lembrar a sorte e a fortuna, pois, por muito que gostasse, não posso cantar... as minhas cordas vocais ainda não o permitem ... assassinariam qualquer fado, mesmo que a sua sina fosse a mesma que a sina das escolas com menos de 21 alunos.
Ora, então, à falta de voz, vamos lá então fazer um jogo de memória:
Se bem me lembro

Imagem A

- Dividiu a carreira docente em duas
-Criou o sistema de avaliação docente
- Fechou escolas com menos de 10 alunos
- Colocou 120 profs em Manifs
- Intransigente, pragmática


Imagem B
- Dividiu a carreira docente em três
- Diz "suspender" o sistema de avaliação docente , mas entrou em consideração com a avaliação para efeitos de concurso
- Vai fechar escolas com menos de 21 alunos
- Reestrutura a carreira docente, cria mais escalões e "atira" com docentes do 8º escalão para o 6º
- Negoceia com sindicatos, pais e demais
- Não há Manifs
- É diplomata, gestual, delicada, doce

Lá diz o Zé povinho, "atrás de mim virá quem de bom de mim fará." Ou não?
Olhe que sim, Dr., olhe que sim...
:):)

terça-feira, 1 de junho de 2010

To all my friends (Uma, duas, tantas...)

É difícil falar quando as palavras nos faltam, quando as emoções são mais fortes que todos os vocábulos que foram inventados.
Mais difícil é pôr por escrito, quando não somos poetas, aquilo que nos vai no coração, na alma e na mente e que nos transporta para os longínquos desfiladeiros do tempo.
Aquelas memórias que nos sufocam, aqueles gestos que nos marcaram, aquelas pessoas que se nos deram, nos deram vida, nos apoiaram na vida e a vida.
Com um estúpido receio que esta série ininterrupta e eterna de instantes, o chamado tempo, se esgotasse, quis dizer o quão importantes tinham sido para mim certas pessoas que me deram vida, que fizeram ser quem eu efectivamente fui e sou.
Quem comigo chorou e quem comigo sorriu. Quem comigo festejou as conquistas e quem a meu lado esteve nos reveses. Amigos, companheiros, ...
A algumas destas pessoas consegui fazer chegar esta mensagem, outras, por força das mais diversas circunstâncias e contrariedades, também da vida, não foi possível.
Mas estou certas que elas o sabem.
:):)