by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

domingo, 16 de maio de 2010

Epigenética: Liga, desliga

Epigenética é um conceito que existe desde os anos 40 e que se encontra intimamente ligado ao genótipo e ao fenótipo.
No entanto, só mais recentemente se começa a relacionar alguns aspectos das características do indivíduo com este campo.
Melhor dizendo, só agora os homens das batas brancas e as mulheres das pipetas e das buretas, dos colorímetros e das centrífugas, dos polarímetros e cromatrófagos, arregaçam as mangas das batas e começam a alargar este conceito, relacionado-o com aspectos mais difusos do fenótipo (o qual que podemos interpretar como sendo a manifestação “visível” da nossa carga genética. Por ex: o nosso feitiozinho, a cor dos nossos lindos olhos, a nossa aptidão para a música ou para as brigas de rua, aquele sinal bem na ponta do nariz igual ao do tio-avô, etc…).
Mas há coisas que a genética, à luz daquilo que tomávamos com “certo e sabido”, não explicava, como por exemplo, por que razão gémeos verdadeiros podiam desenvolver comportamentos diferentes ou susceptibilidades diferentes à mesma doença degenerativa.
É aqui que surge esta “nova” área.
Epigenética é o estudo dos mecanismos moleculares por meio dos quais o meio ambiente controla a actividade genética sem modificar o código genético, influenciando o aparecimento e desenvolvimento de doenças, como a esquizofrenia ou o cancro.
O mais curioso, é que o gene está sempre presente, ou seja, o código genético está lá, existe. Nós, indivíduos, é que temos o condão de o ligar ou desligar. É aqui que reside o conceito e a chave da Epigenética.
Confuso, não é?
Indo um pouco mais além:
Existem quatro mecanismos conhecidos para a herança epigenética, entre eles, o mais conhecido, é a metilação do DNA.
Metilos são um pequeno grupo químico que se liga em determinadas áreas da cadeia do DNA. Eles servem como uma espécie de chave que activa e desativa os genes.
Ao ligar e desligar os genes, os metilos têm um profundo impacto sobre a forma e a função das células e organismos, sem alterar o DNA correspondente.
Mas o mais interessante é se no momento da concepção o radical metilo está alterado, logo o padrão está modificado, passando a alteração para a geração vindoura.
Complicado, mas fascinante.
Portanto, pais frustrados, desesperados pelos enfants terribles que vagueiam pelos vossos lares, a culpa não é vossa, é deles, dos radicais metilo!!
As vossas filhas são umas namoradeiras? Não saem à mãe! Nunca! É a genética, mas da Epigenética!!
E eu, Papá…?? Nasci só com um rim!! Hummm…. Foste tu!!

1 comentário:

  1. EI..TOC..TOC..
    Já estou lá com o TOC..TOC.. Nossa como descobrimos coisas.
    Um grande abraço. Gostei da tua postagem.. Não percebemos que vamos armazenando nossos tocs..
    http://sandrarandrade7.blogspot.com
    Vou te esperar para compartilhar. também.
    Até mais,
    SANDRA

    ResponderEliminar

Olá, então diga lá de sua justiça...