by Ana

Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Endechas a Bárbara escrava

Paul Gauguin

Hoje apetece-me poesia.
Ao amor, à língua portuguesa, a Luís de Camões.
Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
que em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.

üa graça viva
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha:
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Presença serena
que a tormenta amansa:
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e, pois nela vivo,
é força que viva.

10 comentários:

  1. A pedido de algumas famílias, aqui seguem dois versos de Saul Dias (irmão de José Régio e um bom pintor também):

    "Eras uma flor inventada
    com milhões de sóis em cada pétala"

    AI

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  2. De Saul Dias mas escritos por alguém muito especial.
    Bj

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  3. Olá, Teresa

    Apetece sempre, sobretudo quando é sentida.
    Bj

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  4. Rafael

    Obrigada pela sua visita e volte sempre.

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  5. Sam,

    Obrigada pelo seu comentário e pela sua visita. Espero que volte.
    Ana

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  6. Estou a pensar num blog sobre poesia com os meus alunos. I count on you, babe!

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  7. We,
    É sempre interessante envolver os nossos alunos em novos projectos. Acredito que temos mais para aprender com eles do que a ensinar-lhes.
    Quanto à ajuda, sou uma mera aprendiz (de feiticeira), sem conecimentos técnicos, sem qq tipo de formação que não seja a auto formação e algumas ajudas da Teresa. Acho que não estou apta a ajudar. Tv noutras coisas mais triviais.
    Bj

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Olá, então diga lá de sua justiça...