
Foto de Mário Gouveia In Protenis, Edição Outubro/Novembro 2008

Aquela cativa,
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
que em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.
Nem no campo flores,
nem no céu estrelas,
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.
üa graça viva
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão
que o siso acompanha:
bem parece estranha,
mas bárbara não.
Presença serena
que a tormenta amansa:
nela enfim descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo,
e, pois nela vivo,
é força que viva.
A Teresa do blog www.oculosdomundo.blogspot.com, lançou-me este desafio. Atendendo à "censura" pela qual o post passou antes de ser publicado, podem acreditar que sou eu, Ana, em palavras.
Questão 1: Tens medo de quê?
De não ser capaz. De fracassar.
Questão 2: Tens algum guilty pleasure?
Uiiii!! Os doces. Crepes, doces conventuais, de chocolate, etc…
Questão 3: Farias alguma loucura por amor/amizade?
Já fiz, como tornaria a fazer.
Questão 4: Qual o teu maior sonho? (Responder paz, amor e felicidade é trapacear)
Também é trapacear o desejo de ver os meus três filhos com a sua vida devidamente organizada e realizados enquanto pessoas? Já agora junto a minha sobrinha M. à lista.
Questão 5: Nos momentos de tristeza/abatimento, isolas-te ou preferes colo?
Sem qualquer dúvida, isolo-me.
Questão 6: Entre uma pessoa extrovertida e uma introvertida, qual seria a escolha abstracta?
Depende do grau de “extroversão/introversão” da pessoa. Mas apostaria mais na extroversão, penso.
Questão 7: Sentes-te bem na vida, ou há insatisfação além do desejável?
Não sei se será além do desejável, mas há sempre insatisfação.
Questão 8: Consideras-te mais crítico ou ponderado? Sabendo, contudo, que existem críticas ponderadas.
Crítica, muito. Depois vem a ponderação.
Questão 9: Julgas-te impulsivo, de fazer filmes, paciente...? Define-te, de uma forma geral.
Impulsiva, sim. De fazer filmes, tipo drama, comédias cómico-trágicas. A paciência é uma virtude, infelizmente, ausente do meu património genético.
Questão 10: Consegues desejar mal a alguém e, normalmente, concretizar? Sê sincero.
Não é permitido trapacear, pois não? Há circunstâncias da vida que por vezes fazem de nós seres imperfeitos. Desejar é uma coisa, mas concretizar é outra bem diferente…
Questão 11: Conténs-te publicamente em manifestações de afecto (abraçar, beijar, rir alto...)?
Não, não me contenho. Acho que sou um “pouco” extrovertida. Mas não gosto de dar show!
Questão 12: Qual o teu lado mais acentuado? Orgulho ou teimosia?
De um ao outro venha o “diabo” e escolha!! Muito orgulhosa, mas também muito teimosa!
Questão 13: Casamentos homossexuais e direito à adopção?
Concordo com o casamento homossexual. Quanto ao direito à adopção, tenho as minhas reservas.
Questão 14: O que te faz continuar o blogue?
O prazer de escrever, de exorcizar as minhas angústias, de partilhar as minhas tontices, de comunicar (nem que seja com o PC).
Questão 15: O número de visitas e comentários influencia o teu blogue?
Não sei. Claro que gosto que “me visitem” e comentem o que escrevo. Afinal, não comunico apenas com o PC. Mas escrevo o que me vai na alma, independentemente das visitas e dos comentários. De qualquer forma, os mil visitantes foram um marco naquele dia…
Questão 16: Na tua blogosfera pessoal e ideal, como seria?
Tal como é …
Questão 17: Devia haver encontros de bloguistas? Caso sim, em que moldes? Caso não, porquê?
Acho que sim. Um encontro que passasse de blog em blog a sua publicidade, como os nossos alunos passam as suas “intenções de greve” por sms.
Questão 18: Sabes brincar contigo e rir com quem brinca contigo? Sem ironias.
Sei, sim. Sei e gosto muito de rir, brincar com as palavras, improvisar trocadilhos, fazer humor… Só que às vezes … a mostarda sobe-me ao nariz e salve-se quem puder!
Questão 19: Quais são os teus maiores defeitos?
Uii!! São permitidas quantas palavras? Ciúme, teimosia, orgulho, precipitação (ex aequo com o último). Apenas os que têm lugar no pódio.
Questão 20: Em que aspectos te elogiam e/ou achas ter potencialidades e mesmo orgulho nisso?
Ser trabalhadora. Perseverança, orgulho em mim própria.
Questão 21: Entre uma televisão, um computador e um telemóvel, o que escolherias?
Mas isso pergunta-se? Um computador, claro! Mas o telemóvel também pode ser charmoso!
Questão 22: Elogias ou guardas para ti?
Elogio, tal e qual como gosto que me elogiem.
Questão 23: Tens humildade suficiente para te desculpar, sem ser indirectamente?
Primeiro, é preciso reconhecer que errei. Depois de reconhecer, sou capaz de pedir desculpa.
Questão 24: Consideras-te, grosso modo, uma pessoa sensível ou pragmática?
Pragmática. Como dizia a minha avó: Pão, pão, queijo, queijo!
Questão 25: Perdoas com facilidade?
Nem sempre. Depende da extensão dos “danos” e de quem os provocou.
Questão 26: Qual o teu maior pesadelo ou o que mais te preocupa?
Deixar de ser a sonhadora eterna que sou. O futuro dos meus filhos (e da minha sobrinha, igualmente).
- Ana – www.anacamarra.blogspot.com
- São –www.mydreamingangel.blogspot.
- Ana – www.anacr41.blogspot.com
Terminei hoje(!!) o livro de Maria Rosa Cutrufelli, A mulher que viveu por um sonho. É um livro que retrata um dos períodos mais conturbados da história de França, se não mesmo da história mundial – a Revolução Francesa.
A mulher, de seu nome Olympe de Gouges, foi uma francesa, não parisiense, que teve a ousadia de em 1791 dirigir as aspirações femininas para uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres, com a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, tornando-se a “(…) fundadora do pensamento feminino moderno(…).
E porque os sonhos se pagam caros, Olympe pagou o seu com o seu próprio sangue mas ciente de que “(…) as palavras sobrevivem ao sangue que suja até as Revoluções (…)”.
No relatório sobre a sua morte, lê-se:
La feuille du Salut Public
Relatório sobre a morte de Olympe de Gouges, 14 de Brumário, ano II da República
Olympe de Gouges, nascida com uma imaginação exaltada, confundiu o seu delírio com uma inspiração da natureza: quis ser Homem de Estado.
Ontem a lei puniu esta conspiradora por ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo.
Tem de haver sempre alguém que inicia um percurso... seja ele qual for.
Os tempos mudam e com eles as vontades, os costumes e até a tradição.
Nos anos setenta, após o horário escolar (9h-13h), o tempo dava e sobrava para as brincadeiras com os nossos vizinhos; as portas das casas de uns e de outros estavam sempre abertas. Ora lanchávamos na casa da Luísa, ora fazíamos o baptizado da boneca nova em casa da Lídinha ou ainda assistíamos ao episódio do Espaço 1999 em casa do Carlos. Depois, havia as corridas de bicicleta, rua acima, rua abaixo.
A televisão emitia durante um curto período de tempo, à hora do almoço e depois a partir das 19h00, até à hora do “Vamos dormir”.
Morávamos numa rua sem saída que iniciava numa praceta, junto ao Parque Municipal, um bairro novo do Montijo. Por sorte, ou por obra do acaso, todos os moradores eram casais mais ou menos jovens, com filhos de idades muito próximas das nossas.
Foi uma infância e pêras!
Olhando para o passado mais ou menos recente, lembro os meus filhotes agarrados às consolas ou à TV, horas a fio, a devorarem os Dragon Balls, os Moto Ratos, ou outro boneco qualquer meio gente meio animal, com poderes sobrenaturais, capazes de destruir o mundo e voltá-lo a reconstruir a seu belo prazer. No nosso tempo, o “mais poderoso “ era o Super Homem, ou numa versão mais cinematográfica, o 007.
No presente, olho para os meus sobrinhitos e vejo-os invariavelmente, sentados a dois palmos de um ecrã desses ultra finos e com para aí um metro de diâmetro, a absorverem, devorarem, consumirem as aventuras de uns bonecos chamados Gormitis, seres apavorantes e asquerosos, que depois se vendem a preços também apavorantes, em pacotes de plástico, que não deixam ver qual o “boneco” que trazem lá dentro. Até já há um site de anúncio de trocas e vendas de Gormitis e um blog destinado a … a não sei o quê!!
Tenho saudade da ingenuidade da minha geração. Da simplicidade com que olhávamos o mundo. Do valor que dávamos aos amigos, às brincadeiras da cabra cega, aos baptizados das bonecas, às corridas de bicicleta, aos arranhões provocados pelas quedas, à emoção de cada episódio do Espaço 1999, às lágrimas da Heidi quando se despedia do seu bom avô. É que também eu me despedia do meu, todos os dias, até…
Onde param os valores da minha geração? Que aconteceu à Heidi e ao Marco? E as bonecas, já vêm baptizadas?
Ninguém calcula a importância do pescoço!
Ele é pau para toda a obra, acreditem! Só quando vemos a sua actividade limitada, é que nos apercebemos que de facto ele tem razão de existir. Não se trata de uma mero segmento do corpo humano destinado a unir o tronco à cabeça, garanto-vos…
Seria bom se assim fosse: em situações em que a cabeça não funcionasse, era só cortar o pescoço e tínhamos meio caminho andado para a resolução do problema.
Eu sei, eu sei. Foi assim, durante alguns períodos mais ou menos áureos da história mundial, que se resolviam os problemazitos de cabeças demasiadamente pensantes… cortava-se o pescoço e pronto. Acabavam-se as ideias revoltosas, as conversas revolucionárias e “todos” achavam muito bem! Pescoço fora. Trabalho limpo e problema resolvido!
Agora que literalmente me cortaram o pescoço, quase “de orelha a orelha”, reconheço a real importância deste segmento anatómico.
Olhem, ginástica, só mesmo com os olhos, pois o pescoço não pode virar. Ou viro e reviro os olhos ou dou-me à imensa trabalheira de rodar o tronco, no sentido do objecto que pretendo observar. Tossir… Ai ,tossir, nem vos conto! Saltam-me as entranhas pelo sítio da goela. Pigarrear, idem…
Falar? Isso depende. A minha voz, habitualmente feminina, sensual, suave e melodiosa, transformou-se numa voz rouca, a puxar para o bagaço, que na altura dos sons agudos parece uma autêntica cana rachada.
Levantar-me? Esse é outro problema. De lado, valendo-me do braço e antebraço. Nada de levantar, tipo flexões, isso precisa da autorização do Sr. Pescoço.
E pentear-me? Já imaginaram, mesmo num cabelo liso e sedoso como o meu, a escova a puxar fio a fio e o desgraçado a ter de se manter firme no seu lugar? Até os maxilares são chamados a ajudar, acreditem.
Rir? Qual rir, isso é pior do que tossir ou engolir em seco. O filme do Woody Allen foi um tremendo sacrifício… Ria com as lágrimas que me escorriam pela cara.
E não se atrevam a pensar em comezainas. Dieta mole e muuuuiiito devagarinho!
Se têm o azar de precisar fazer uso do lenço de papel para expelir as secreções nasais… então aí, estão feitos!!! Até as tripas saem pelo meio do local onde a “naifa” passou!
A partir de agora, passo a vergar a minha cabeça perante a importância do pescoço. (Se ele mo permitir, entenda-se…)
Hoje não apetece escrever sobre nada em especial, por isso lembrei-me destas pequenas coisitas, que nos mandam por e-mail, e que nunca é demais relembrar.
AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO:
1 - As Pirâmides do Egipto
2 - As Muralhas e os Jardins Suspensos da Babilónia
3 - O Mausoléu de Helicarnasso (ou o Túmulo de Máusolo em Éfeso)
4 - A Estátua de Zeus, de Fídias
5 - O Templo de Artemisa (ou Diana)
6 - O Colosso de Rodes
7 - O Farol de Alexandria.
OS SETE PECADOS MORTAIS:
Eles só foram enumerados no século VI, pelo papa São Gregório Magno (540-604), tomando como referência as cartas de São Paulo
Gula - Avareza - Soberba - Luxúria - Preguiça - Ira - Inveja
AS SETE VIRTUDES:
Para combater os pecados capitais
Temperança - Generosidade - Humildade - Castidade - Disciplina - Paciência - Caridade
OS NÚMEROS ÁRABES
Os símbolos têm a ver com os ângulos:
o 0 não tem ângulos
o número 1 tem 1 ângulo
o número 2 tem 2 ângulos
o número 3 tem 3 ângulos
etc...