by Ana
Um espaço para partilhar as "tolices" de cada dia, de uma forma descontraída, descomprometida e com algum sentido de humor. Only that.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Os meus olhos são de vidro
Hoje, apeteceu-me Eugénio.
Adeus
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
:):)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Adoro esse poema. Foi dos primeiros que soube de cor, tinha para aí 15 anos.
ResponderEliminarBjs
Teresa,
ResponderEliminarEste, como tantos outros de Eugénio, tb faz parte dos meus preferidos.
Bj
Hum... Ana!!!
ResponderEliminarLindo poema! Adorei ler o nosso Eugénio! Um poeta com letra grande!
Obrigada por acarinhares os nossos pequenos escritores! Eles gostam de um incentivo!
Um beijinho e as melhoras rápidas
Fátima Costa
Fátima,
ResponderEliminarEugénio é sempre Eugénio.
Quanto aos nossos meninos, não tens de agradecer. É sempre um prazer apoiá-los,
Obrigada e um beijinho.
Adeus é, sem dúvida, um poema belíssimo e lido com sentimento, ainda mais belo se torna.
ResponderEliminarBj