"Quando estavam juntos, as coisas saíam-lhes espontâneas e em pleno: o riso e as lágrimas, a revelação e a cumplicidade, o desejo e a ternura, o respeito e o atrevimento, a sedução e o prazer. Enfim, tudo. Havia tanta doçura entre eles, tanta compreensão, que às vezes parecia que eram um casal com muitos anos de coexistência. Era fantástico conversar com ela à desgarrada. As ideias fluíam sempre, sempre, sem entupimentos nem embaraços. E fluíam lá no âmago ou muito perto dele. (...).Sofria a falta do seu espírito, da sua voz e do seu riso. Não queria sequer imaginar a desolação da sua vida sem ela. Mas, ao mesmo tempo que se alegrava com o reatar da relação, teve, pela primeira vez, a nítida percepção de que Elvira significava uma de mistura indizível prazer e de recorrente dor. Muitos diziam que essas duas vertentes estavam inevitavelmente ligadas num amor a sério. Estaria ele suficientemente preparado para lidar com a vertigem e as exigências emocionais daquele amor?"
João Pedro Marques, in Os dias da Febre
Bom dia Ana,
ResponderEliminarHoje passei aqui para te dar um xi-coração virtual.
Boas leituras. O excerto que transcreveste "abriu-me o apetite" para ler o livro que apresentaste aqui.
Beijo
Olá, Natália.
ResponderEliminarO livro é interessante e com um fundo histórico algo rico. entra-se no período das guerras Miguelistas e na época que a febre amarela devastou Lisboa. Sobretudo, le-se muito bem.
Bj