Vivemos anos a fio cultivando um modus vivendi muito próprio, desenvolvendo hábitos mais ou menos excêntricos, com um grau maior ou menor de requinte, mas que se foram enraizando e tornaram parte do nosso EU.
Cada época marca um estilo, uma posição, a confirmação de como cada um de nós se foi/vai moldando à sociedade de consumo, à ilusão e ao culto da aparência.
Chega o Natal, melhor dizendo, chega Novembro e começamos a pensar no Natal. Desde a decoração para casa, que se quer luminosa, aos presentes para os colegas e amigos, os filhos e enteados, os pais e as madrastas, o namorado(a) e os sogros, o cunhado, o genro, o primo do cunhado onde pensamos passar a consoada, mais os filhos deste, os nossos animais de estimação, que não podem ser esquecidos… São ainda os jantares e os lanches de Natal, com os colegas de trabalho e os amigos de todo o ano; são os restaurantes repletos de festejos e as pastelarias alertando que só aceitam encomendas até uma semana antes da grande noite.
Uma semana depois do Natal, a Passagem do Ano, ou Reveillon, ocupa as páginas centrais de todos os jornais, com óptimas ofertas de estadas com jantar e ceia de gala. E temos variedade… Temos a Serra (da Estrela), ou a Ilha (da Madeira); temos a costa (algarvia) ou o nordeste (Brasileiro). Temos uma parafernália de ofertas para todos os gostos para todas as bolsas.
Já as montras dos pronto a vestir se enchem de glamour, de lantejoulas e strass, de plumas e rendas, de preto e prata, de dourados e prateados.
Passa o Natal e a Passagem do Ano e mergulhamos a fundo na época dos saldos. Provavelmente até não precisamos daquele casaco “mas já viste o preço??? 70% de desconto. Vale mesmo a pena. Pura caxemira debruada a vison. Uma pechincha”, nem que seja para o deixar pendurado no armário até termos uma oportunidade para o vestir (mostrar...).
E já repararam nos electrodomésticos?? Fabulosos a 10X sem juros? Que tal a Bimbi que faz sopas fabulosas, ou uma Nespresso que até faz o S. Pedro negociar com o George Cloney?
Um LCD de alta definição para o quarto, agora que os preços baixaram, após o Natal “é de aproveitar a facilidade de pagamento”.
Mais um PC para os miúdos, com uma boa placa gráfica e uma superligação à net. Ainda traz mais de uma centena de canais generalistas e não generalistas, do desporto à ciência, do esoterismo à história, só por mais uns eurozitos por mês.
E lá chega o Carnaval. Em Veneza, pois claro… também se paga em 12x sem juros. “Não viste aquela publicidade sobre aquela instituição de crédito, que te dá a aprovação on-line em menos de 15 minutos?”. E já agora damos um pulinho a Paris e mostramos a Disneylândia aos putos. “Boa ideia . Mas talvez umas férias na neve, com aulas de sky, fatos e equipamento a gosto…" Ora aí está uma ideia admirável… afinal, Veneza está lá durante o ano todo e a neve vai-se…
E chega-se das férias de Carnaval, com um bronze de fazer inveja aos militantes do Carnaval de Ovar.
Entra-se no período da Quaresma e imediatamente a Páscoa começa a encher o nosso imaginário. As mini-férias ou, um pouco mais arrojado, um carro novo. “Afinal até temos incentivos fiscais para comprar um carro novinho. É de aproveitar, este já começa a acusar os seus 5 anos de vida, as inspecções anuais, as correias, os pneus, etc..”
Bom, mas a comprar que seja um carro! “Ar condicionado, estofos em pele, comandos do volante, telefone alta-voz”, … e se vier com um Ambrósio e uns Ferrero Rocher ainda melhor.Chega a bomba que aproveitamos para rodar por essa Europa fora, durante as férias do Verão.
“Um cruzeiro aos fiordes sempre foi o nosso sonho, lembras-te?”. Já que cá estamos é de aproveitar.
Os cartões de crédito dourados e agora os novíssimos platinados, aguentam o valor desta moeda, que até pode ser Euro mas é certamente bem mais pesada que o Euro português. “E em Roma sê-se romano. “ Não nos podemos esquecer dos souvenirs para o pessoal lá do trabalho, para os vizinhos que nos ficaram com os gatos, para os amigos mais chegados” e, que “excelente ideia, se levássemos já a prenda de aniversário da sobrinha do cunhado do vizinho do 1º esquerdo!! Afinal lá não há nada disto. Qual globalização qual quê!! “.
Altura de rumar a casa… “Este ano, o Natal, vai ser onde? “
Mas ainda faltam quase quatro meses!!! “Mas temos de começar a pensar nisso. O velho pinheiro tem de ser substituido, por um daqueles até ao tecto e com as iluminações já incorporadas, as bolas estão a perder o seu brilho e o presépio…. Coitado, esse precisa mesmo de substituir o Menino Jesus. O Pompom roeu-o no Natal passado, lembras-te?” “ Ah, e este ano temos mais um membro na família, devíamos comprar uma baixela nova e renovar os sofás.Que achas?”
Cada época marca um estilo, uma posição, a confirmação de como cada um de nós se foi/vai moldando à sociedade de consumo, à ilusão e ao culto da aparência.
Chega o Natal, melhor dizendo, chega Novembro e começamos a pensar no Natal. Desde a decoração para casa, que se quer luminosa, aos presentes para os colegas e amigos, os filhos e enteados, os pais e as madrastas, o namorado(a) e os sogros, o cunhado, o genro, o primo do cunhado onde pensamos passar a consoada, mais os filhos deste, os nossos animais de estimação, que não podem ser esquecidos… São ainda os jantares e os lanches de Natal, com os colegas de trabalho e os amigos de todo o ano; são os restaurantes repletos de festejos e as pastelarias alertando que só aceitam encomendas até uma semana antes da grande noite.
Uma semana depois do Natal, a Passagem do Ano, ou Reveillon, ocupa as páginas centrais de todos os jornais, com óptimas ofertas de estadas com jantar e ceia de gala. E temos variedade… Temos a Serra (da Estrela), ou a Ilha (da Madeira); temos a costa (algarvia) ou o nordeste (Brasileiro). Temos uma parafernália de ofertas para todos os gostos para todas as bolsas.
Já as montras dos pronto a vestir se enchem de glamour, de lantejoulas e strass, de plumas e rendas, de preto e prata, de dourados e prateados.
Passa o Natal e a Passagem do Ano e mergulhamos a fundo na época dos saldos. Provavelmente até não precisamos daquele casaco “mas já viste o preço??? 70% de desconto. Vale mesmo a pena. Pura caxemira debruada a vison. Uma pechincha”, nem que seja para o deixar pendurado no armário até termos uma oportunidade para o vestir (mostrar...).
E já repararam nos electrodomésticos?? Fabulosos a 10X sem juros? Que tal a Bimbi que faz sopas fabulosas, ou uma Nespresso que até faz o S. Pedro negociar com o George Cloney?
Um LCD de alta definição para o quarto, agora que os preços baixaram, após o Natal “é de aproveitar a facilidade de pagamento”.
Mais um PC para os miúdos, com uma boa placa gráfica e uma superligação à net. Ainda traz mais de uma centena de canais generalistas e não generalistas, do desporto à ciência, do esoterismo à história, só por mais uns eurozitos por mês.
E lá chega o Carnaval. Em Veneza, pois claro… também se paga em 12x sem juros. “Não viste aquela publicidade sobre aquela instituição de crédito, que te dá a aprovação on-line em menos de 15 minutos?”. E já agora damos um pulinho a Paris e mostramos a Disneylândia aos putos. “Boa ideia . Mas talvez umas férias na neve, com aulas de sky, fatos e equipamento a gosto…" Ora aí está uma ideia admirável… afinal, Veneza está lá durante o ano todo e a neve vai-se…
E chega-se das férias de Carnaval, com um bronze de fazer inveja aos militantes do Carnaval de Ovar.
Entra-se no período da Quaresma e imediatamente a Páscoa começa a encher o nosso imaginário. As mini-férias ou, um pouco mais arrojado, um carro novo. “Afinal até temos incentivos fiscais para comprar um carro novinho. É de aproveitar, este já começa a acusar os seus 5 anos de vida, as inspecções anuais, as correias, os pneus, etc..”
Bom, mas a comprar que seja um carro! “Ar condicionado, estofos em pele, comandos do volante, telefone alta-voz”, … e se vier com um Ambrósio e uns Ferrero Rocher ainda melhor.Chega a bomba que aproveitamos para rodar por essa Europa fora, durante as férias do Verão.
“Um cruzeiro aos fiordes sempre foi o nosso sonho, lembras-te?”. Já que cá estamos é de aproveitar.
Os cartões de crédito dourados e agora os novíssimos platinados, aguentam o valor desta moeda, que até pode ser Euro mas é certamente bem mais pesada que o Euro português. “E em Roma sê-se romano. “ Não nos podemos esquecer dos souvenirs para o pessoal lá do trabalho, para os vizinhos que nos ficaram com os gatos, para os amigos mais chegados” e, que “excelente ideia, se levássemos já a prenda de aniversário da sobrinha do cunhado do vizinho do 1º esquerdo!! Afinal lá não há nada disto. Qual globalização qual quê!! “.
Altura de rumar a casa… “Este ano, o Natal, vai ser onde? “
Mas ainda faltam quase quatro meses!!! “Mas temos de começar a pensar nisso. O velho pinheiro tem de ser substituido, por um daqueles até ao tecto e com as iluminações já incorporadas, as bolas estão a perder o seu brilho e o presépio…. Coitado, esse precisa mesmo de substituir o Menino Jesus. O Pompom roeu-o no Natal passado, lembras-te?” “ Ah, e este ano temos mais um membro na família, devíamos comprar uma baixela nova e renovar os sofás.Que achas?”
Acho que tens toda a razão e que, realmente, passamos o ano a pensar como havemos de consumir mais um bocadinho. Daí, só me agradam mesmo as viagens, como sabes. O resto dispenso.
ResponderEliminarA prpósito, porque é que tens um layout igual ao meu? Eu já sabia que eramos parecidas em muitas coisas, daí a termos um blogue igual!...
Bjs
Uma menina de sorriso tão lindo.
ResponderEliminarO mais lindo que já vi e com umas sardas adoráveis.
Admiro a sua forma de estar.
Aqui deixo um poema de uma canção que gosto muito.
Para você!
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta, de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, em vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera do futuro.
Anónimo....
An
Olá, Teresa
ResponderEliminarDe facto o que mais me agrada são mesmo as viagens!! Estás a ver como somos parecidas??
Quanto ao layout, ando à pesca de um que me agrade e confesso partilho do mesmo gosto q tu. Mas prometo que vou mudar... é só questão de encontrar "the one" (como em tudo na vida, não é?).
Bj
Bom, Anónimo
ResponderEliminarNão sei que lhe diga. É sempre bom receber um comentário deste género. Já agora, que música é?
Volte sempre e não se iniba!!!!
Para responder à sua pergunta.
ResponderEliminar"No Teu Poema"
Canção de Carlos do Carmo
Composição: José Luís Tinoco
Procure e ouça a música. Obrigado pelo seu convite.
Caro(a) Anónimo,
ResponderEliminarGrande falha a minha!!! "No teu poema", na voz do "meu" Carlos é magnífico. Não conhecia. Obrigada.
Afinal, já ouviu a Canção - "No teu poema"?
ResponderEliminarAnónimo
Claro que ouvi.
ResponderEliminarNa voz do "meu" Carlos, na voz da Simone, na voz da Mafalda... Poema e música sempre sublimes, seja lá quem for que o cante.
Obrigada, mais uma vez.
Olá...
ResponderEliminarNunca deixes de sonhar...
Quando a vida em seus desígnios te machucar,
não te entregues à lamentação e ao desalento.
Prossegue, amiga! Dá tempo ao prórpio tempo,
continua sonhando...nunca deixes de sonhar!
É preciso continuar sonhando o sonho bom,
não se abater ante os fantasnas medonhos,
não deixar que as chamas dos teus sonhos
se apague ante o vento frio da desilusão.
Sonha!Mesmo que o sonho seja proibido,
descabido se traduza pelo amargor das dores.
Sem sonhos somos meros espectadores
de uma existência que se torna sem sentido.
Ante o sonho desfeito olvida o revés,
não te entregues à revolta e ao desencanto.
Sonha! Mesmo que a dor arranque o teu pranto
ainda que os espinhos sangrem os teus pés.
Não te entregues à lamentação e ao desalento
Prossegue, amiga! Dá tempo ao próprio tempo
quando a vida em seus desígnios te machucar.
Se nuvens entristecerem os teus dias risonhos,
não deixes que a dor desfaça os teus sonhos,
Continua sonhando...nunca deixes de sonhar!
( Os sonhos comandam a vida...)
Deixo um video de um poema lindo.
http://www.youtube.com/watch?v=Azx0WjQqbE8
Olá, Anónimo.
ResponderEliminarVou responder ao seu contributo com o meu post de hoje.
É um dos meus preferidos.